BC vê cenário incerto, mas estima inflação de 4% neste ano e indica corte de juro

"A perspectiva global, apesar de atualmente favorável, implica um nível considerável de incerteza e pode tornar a desinflação mais difícil", disse. O discurso do diretor do BC foi divulgado pela assessoria de imprensa da instituição.
Berriel indicou, porém, que o BC deve continuar reduzindo a taxa básica de juros, atualmente em 10,25% ao ano - o menor patamar desde o início de 2014, ou seja, em três anos e meio. Em um cenário de baixo nível de atividade, com inflação controlada, a instituição já promoveu seis cortes consecutivos nos juros básicos da economia brasileira.
"Considerando as expectativas de inflação ancoradas [em relação à meta central de 4,5%], as previsões de inflação no alvo para 2018, e um pouco abaixo do alvo para 2017, e o alto nível de ociosidade econômica, o cenário prescreve a continuação do ciclo de flexibilização da política monetária [corte de juros], considerando os riscos atuais em torno do cenário base e as estimativas da extensão do ciclo", afirmou ele em Londres.
A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, definida todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5% para 2017 e 2018, podendo oscilar entre 3% e 6% sem que seja formalmente descumprida.
Normalmente, quando a inflação está em alta, o BC eleva a Selic na expectativa de que o encarecimento do crédito freie o consumo e, com isso, a inflação caia. Essa medida, porém, afeta a economia e gera desemprego. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas pelo CMN, o BC reduz os juros. É o que vem acontecendo nos últimos meses..
A previsão do mercado financeiro é que a taxa básica de juros da economia continue a recuar nos próximos meses e chegue a 8,5% ao ano no final de 2017.
Para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o fim de julho, a previsão é de um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica, de 10,25% para 9,5% ao ano, ou seja, novamente no patamar de um dígito - abaixo de 10% ao ano - algo que não acontece desde o fim de 2013.
Fonte: Portal G1