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Cebola, batata e tomate são os grandes vilões da alta da cesta básica

Cebola, batata e tomate são os grandes vilões da alta da cesta básica

Apesar da baixa inflacionária registrada nos últimos meses, o preço de alguns alimentos nos supermercados ainda assusta os consumidores. O tomate, a cebola, a batata-inglesa e as carnes registraram alta no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de dezembro. A cozinheira Edineia de Souza conta que, desde o mês passado, precisa economizar nas compras de casa. Com o quilo do tomate custando entre R$ 6,49 e R$ 9,90, ela afirma que é preciso reduzir o consumo de alguns alimentos. “Além do tomate, diminuí as compras de alimentos, como a carne”, disse. 



Edineia também usa outras táticas para economizar. Segundo ela, com os preços dos alimentos em alta, é preciso fazer pesquisas em vários supermercados antes de comprar. Outro problema é a qualidade dos produtos, que, de acordo com Edineia, deixa a desejar em muitos casos. “Tenho de vir ao supermercado com tempo, porque preciso ficar escolhendo os legumes. A qualidade está péssima”, reclamou. 



Em dezembro, o IPCA-15 registrou queda de 0,16%. Foi a menor taxa para dezembro desde a implantação do Plano Real, em 1994. O grupo Alimentação e Bebidas mostrou desaceleração: em novembro, o grupo teve alta de 0,54% e, em dezembro, de 0,35%. O tomate, que apresentou elevação de 50,76% em novembro, registrou aumento de 8,76% neste mês. A batata-inglesa subiu 17,97% em novembro e mais 17,80% em dezembro. A cebola ficou 10,01% mais cara no mês passado e, neste, aumentou outros 34,16%. 



Segundo o presidente do Fecomércio DF, Adelmir Santana, a alta desses alimentos é normal nesta época. “Isso está ligado a uma questão sazonal. São produtos perecíveis, que sofrem perdas com frequência”, explicou. De acordo com Santana, é necessário que a população tenha consciência do vaivém nos valores desses alimentos.

 



Hábito



Para ele, os brasileiros precisam adquirir o hábito de substituir o consumo de alguns produtos em determinadas épocas. “Os preços aumentam em razão da produção. A população precisa ter consciência de que isso faz parte da economia de mercado e se organizar para não perder poder de compra”, afirnmou. Santana ponderou que, embora afete o orçamento de algumas famílias, as elevações específicas de preços,  devido à rotatividade, não geram impacto na inflação. “Esse cenário pode mudar rapidamente. Todos os anos, sempre aparecem alguns vilões do mercado, é comum.” 



A nutricionista Alana Souza julga que, em geral, o preço dos alimentos está muito alto. Ela avalia que, desde julho, adota algumas medidas para economizar nas compras. “Tenho de ficar procurando os lugares mais baratos, mas, neste momento, está inviável por conta das festas de fim de ano”, disse. Alana contou que, em algumas situações, foi preciso diminuir o consumo da carne e procurar marcas mais baratas. “Algumas vezes eu preciso alternar o consumo da carne com o do frango.”



Independente da alta seguida de alguns produtos, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou, em nota, que o setor registrou crescimento de 1,97% nas vendas no período de janeiro a novembro. Só no mês passado, as vendas aumentaram 5,36% em comparação a outubro. De acordo com o presidente da Abras, João Sanzovo Neto, “o crescimento das vendas se deve à sazonalidade das festas de fim de ano e à Black Friday”.

 



Pesando no bolso



Apesar da queda de 0,16% registrada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), produtos como tomate, cebola, batata-inglesa e carnes registraram fortes aumento em dezembro



Novembro | Dezembro

Índice Geral: 0,19% | -0,16%

Alimentação e Bebidas: 0,54% | 0,35%

Tomate: 50,76% | 8,37%

Cebola: 10,01% | 34,16%

Batata-inglesa: 17,97% | 17,80%

Carnes: — | 0,92%


Fonte: Correio Braziliense