Combate ao desperdício beneficia a população

“Moro com a minha mãe (de 79 anos) e vivemos dos meus bicos e da aposentadoria dela. Esse alimento é um adianto porque usamos nosso dinheiro para comprar remédios para ela e outros itens, como arroz e feijão”, destaca Castro. O pouco que recebe todas as quintas-feiras ainda é dividido entre os vizinhos. “A gente não deixa nada estragar”, garante.
O alimento que chega à mesa do flanelinha é fruto da generosidade do feirante Gilson Berinjela, 32, um dos trabalhadores que colaboram com o programa na feira da Rua Sagres, no Guarará. “Essa mercadoria iria para o lixo porque não resistiria até a próxima feira. A gente ajuda os outros e Deus ajuda a gente”, acredita.
O trabalho de fazer com que as doações sejam entregues aos moradores que necessitam é feito por colaboradores da Associação Beneficente Renovar, que mantém três casas de acolhimento que beneficiam 60 pessoas, entre crianças e mães em situação de violência e vulnerabilidade, além de usuários de drogas. Uma vez por semana eles recolhem os alimentos descartados, fazem a triagem e distribuem às cerca de 300 famílias cadastradas. “A gente já fazia esse trabalho, mas a partir do programa podemos complementar as refeições e deixá-las mais balanceadas. Nem sempre a gente tinha como comprar frutas e verduras”, diz a presidente da entidade, Andreia da Silva.
A meta do coordenador do Programa Abasteça Já Esta Ideia: Diga Não ao Desperdício, Ronaldo Gonzales, é levar a campanha, fruto de termo de parceria de cooperação técnica entre a cidade e a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), para as 74 feiras do município de forma gradativa. “O programa está em fase de aprimoramento e expansão. Entendemos que é uma atitude inovadora e que beneficia a comunidade”, destaca.
As entidades e feiras atendidas com o recebimento de frutas, verduras e legumes são: Centro Espírita Jesus no Lar, na feira da Vila Luzita; Comunidade Nascer de Novo, na feira do bairro Homero Thon; Creche Recanto Somasquinho, na feira da Vila Linda; e Associação Renovar, do bairro Guarará. Um dos critérios é que as instituições estejam localizadas a até quatro quilômetros de uma feira e retirem os produtos doados.
Fonte: Diário do Grande ABC