Confiança em serviços dá leve sinal de melhora

O resultado se dá após uma retração 2,8 pontos em junho, muito motivo pela esfera política e problemas com a instabilidade econômica.
"Os resultados da Sondagem de serviços sugerem a retomada da tendência de melhora gradual nas avaliações sobre a situação corrente dos negócios e acomodação das expectativas, que haviam piorado muito no mês passado", avaliou o consultor da FGV/IBRE, Silvio Sales.
De acordo com ele, a alta ficou muito apoiado nas expectativas futuras dos empresários. "A leitura mais favorável sobre a situação corrente parece se refletir no indicador que capta as perspectivas para o emprego no setor. O indicador de tendência de pessoal ocupado cresce pelo terceiro mês consecutivo, se aproxima dos 100 pontos e sinaliza uma transição entre fases de desmobilização e expansão do efetivo de mão de obra no setor", comenta.
Outro fator que parece ter animado os empresários do setor foi a aprovação no Congresso da Reforma Trabalhista, que promete flexibilizar os contratos de contratação e reduzir os custos para empresas do setor.
Outros indicadores
A alta do ICS em julho atingiu 9 das 13 atividades pesquisadas, contra apenas 4 no mês anterior. O desempenho positivo decorreu de melhoras tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto das expectativas. O Índice da Situação Atual (ISA-S) do setor subiu 1,1 ponto, enquanto o Índice de Expectativas (IE-S) avançou 0,9 ponto.
A principal influência para a alta do ISA-S em julho veio do indicador de Demanda Atual, que subiu 2,0 pontos para 78,8 pontos, o nível mais elevado desde fevereiro de 2015. A melhora das expectativas para a Demanda nos três meses seguintes exerceu a maior contribuição positiva para a alta do IE-S no mês. O indicador de Demanda prevista avançou 1,1 ponto, para 85,8 pontos, após cair 5,3 pontos em junho.
Impacto do negativo
Apesar da percepção de melhora, a incorporação do aumento do combustível, anunciada na última semana peo governo federal, ainda deve impactar a confiança dos empresários nos próximos meses. De acordo com Flávio Santana Rocha, professor de macro economia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) o reflexo pode gerar um impacto que varie entre 2% e 7% nos custos das prestadoras de serviços. "Isso vale para todos os ramos de serviços, mas será o setor de transporte terrestre que mais puxará o indicador para baixo em agosto", disse.
Para o diretor geral da prestadora de serviços de tecnologia e telecomunicações Elo Digital, Ricardo Reis, os serviços prestados terão que ser renegociados em agosto. "Basicamente nosso serviço é feito na rua, atendendo cliente, o impacto do combustível na nossa frota de carros será de ao menos 5% por viagem", conta. Com 35 carros disponíveis na empresa, ele lembra que o custo do transporte engloba ainda gastos com seguro, documentação e manutenção.
Fonte: DCI