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Consumidor evita compras por impulso

Consumidor evita compras por impulso Apesar de a inadimplência estar aumentando mês a mês no comércio da capital mineira, principalmente em virtude da alta da inflação, ainda existem consumidores preocupados em manter suas contas em dia, com as atenções voltadas para o planejamento do orçamento familiar. Pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) revelou que são pessoas com mais de 40 anos, nível superior de ensino, residência própria, que evitam compras por impulso, privilegiam pagamentos à vista e não comprometem a renda com financiamento ou empréstimo.

E, justamente pelo atual cenário econômico, incluindo o aumento dos preços, o levantamento também revelou que a maioria (53,85%) dessas pessoas não se preocupa em ter uma reserva financeira. Na avaliação da economista da entidade Ana Paula Bastos, embora sejam mais conscientes, esses consumidores não estão conseguindo manter seus compromissos em dia e, ao mesmo tempo, guardar dinheiro.

"O custo de vida aumentou nos últimos meses. Com isso, esse tipo de consumidor tem buscado manter seu nível de endividamento próximo de zero, fazendo dívidas somente com imóveis ou carros, mas sem conseguir fazer economia diante do orçamento familiar. Essas pessoas se encontram em situação de risco potencial e se tornam dependentes de uma estabilidade econômica para que suas fontes de renda suportem os gastos", explica.

De acordo com a pesquisa, 50% dos entrevistados não possuem renda comprometida com financiamento ou empréstimo. Os que responderam que têm renda comprometida são: 17,06% com financiamento de automóvel; 15,17% com financiamento de móveis e eletrodomésticos; 7,35% com financiamento da casa própria; 4,03% com cheque especial; 3,32% com empréstimo em banco ou financeira; 1,66% com crédito consignado e 1,42% com empréstimos com terceiros, parentes ou amigos.

Impulso - Do total, 66,41% nunca estiveram inadimplentes. E 33,59% já estiveram inadimplentes em algum momento da vida. Para evitar dívidas, 38,58% controlam os impulsos e resistem em comprar produtos não essenciais; 36,55% fazem planejamento financeiro, controlando as contas e não gastam mais do que recebem; 24,11% não realizam nenhum tipo de controle e 0,76% compram a vista, pagam em dinheiro ou não usam cartão de crédito e nem cheque.

"Basicamente, a diferença desses consumidores para os que possuem algum tipo de inadimplência junto ao comércio da Capital está no planejamento financeiro. Além disso, observamos que grande parte já possui compromisso com a própria moradia e divide as despesas com outras pessoas, o que permite maior organização do orçamento também", justifica.

Segundo a CDL-BH, para controlar os gastos e evitar dívidas, 46,59% anotam todos os débitos numa caderneta ou planilha e 21,59% acompanham semanalmente o extrato bancário, verificando quanto de dinheiro ainda possuem na conta corrente. Além disso, a maioria dos entrevistados (43,65%) tem apenas um cartão de crédito. Os que não têm totalizam 26,72%. "Esse tipo de consumidor procura sempre pagar suas contas em dia, trabalha com um cartão de crédito apenas e, ainda assim, quase não o utiliza", diz.

Prova disso é que o pagamento a vista é o preferido por 36,36% dos consumidores, que dizem que priorizam essa forma por geralmente possuírem dinheiro disponível na hora. Já 30,21% pagam a prazo, pois não possuem dinheiro disponível na hora; 17,11% pagam à vista, mas somente após economizar para fazer o pagamento.

O pagamento das faturas é quitado integralmente por 82,94% dos adimplentes e na hora de priorizar o pagamento das contas, 67,64% dos consumidores optam pela data de vencimento da fatura. Os que pagam integral o valor, mas após o vencimento, totalizam 9,56% dos consumidores e 7,51% pagam o valor mínimo ou parte das faturas.

Fonte: Diário do Comércio