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Crise não deve afetar apetite por 'natalinos'

Crise não deve afetar apetite por A constante alta do dólar, cotado ontem a R$ 3,87, não afetou o "apetite" das lojas sazonais especializadas em artigos natalinos, que comercializam - principalmente - produtos importados da Ásia. Pelas ruas da Capital já começam a surgir vitrines lotadas de enfeites dos mais variados tipos.

Para motivar o consumidor a ir às compras, elas investem em um mix diversificado e recheado de novidades, flexibilizam pagamentos e oferecem descontos. O principal objetivo é evitar queda nas vendas em relação a 2014.

A Casa Futuro, com matriz em Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, inaugura neste sábado a tradicional unidade temporária, que funciona até o fim da primeira quinzena de dezembro no BH Shopping, empreendimento instalado no bairro Belvedere, também na região Centro-Sul. Segundo a proprietária, Cláudia Travesso, a empresa adquiriu os produtos no início do ano e, por isso, conseguiu escapar dos efeitos da alta do dólar.

A empresa preparou um mix com mais de 5 mil itens com preços variados, para atender clientes com diferentes perfis. Ela explica que o tíquete médio da loja instalada dentro do centro de compras é cerca de 30% inferior em relação ao da loja de rua. Para a empresária, a diferença acontece porque a loja de Lourdes, por ser mais ampla, motiva o consumidor a permanecer dentro do estabelecimento por mais tempo.

A meta, conforme Cláudia Travesso, é manter as vendas em patamar semelhante ao de 2014. "Estou travando uma guerra contra todas as perspectivas negativas, mas, para mim, empatar com o ano passado será uma enorme conquista", afirma. Na visão dela, apesar das perspectivas negativas, a clientela está sempre disposta a gastar um pouco mais no final do ano.

A Estrada Real, com uma unidade no centro e outra na Savassi, também já está preparada para o Natal. O diretor, der Braga, diz que a empresa reforçou o estoque de produtos para a data no final do ano passado e, por isso, precisou fazer somente um reforço em meados de 2015. Ele, contudo, lamenta não ter encontrado alguns itens nas importadoras devido ao incremento expressivo do dólar.

Para atrair a clientela, a Estrada Real oferece descontos e reduziu as margens de lucro em aproximadamente 20%. Apesar disso, Braga continua otimista e acredita que o enfraquecimento da concorrência é capaz de favorecer o bom desempenho das duas unidades. "O consumidor pode estar com menos vontade de gastar, mas penso que, estando mais preparados que as outras lojas, conseguimos conquistar aquele cliente habituado a comprar de outros estabelecimento", analisa.

Nas duas lojas, o movimento tradicionalmente aumenta 50% no mês que antecede o Natal. Para atender a forte demanda, 10 funcionários temporários, que já estão trabalhando, foram admitidos. "A crise não afetou em nada o nosso quadro de empregados, pois um dos nossos principais focos é o bom atendimento", ressalta o diretor. As vendas em função do Natal correspondem a 25% do faturamento anual da empresa.

A Casa Maia, com lojas nos bairros Lourdes e Santo Agostinho, na região Centro-Sul, está com a vitrine organizada à espera da celebração. A fim de evitar surpresas, a empresa se organizou e também antecipou as compras dos itens natalinos que chegam do exterior. A crise, até agora, não afetou as perspectivas da Casa Maia, que contratou 20 funcionários temporários para atender ao aumento da demanda.

Shopping - A loja Multicoisas, do Boulevard Shopping, na região Leste, começou a receber na última segunda-feira os produtos natalinos. A vitrine será montada na próxima semana, logo após o Dia das Crianças. A proprietária, Thaís Saad, afirma que a elevação do dólar fez com que ela optasse por adquirir itens com menor valor agregado, provavelmente os mais procurados pelos consumidores. "Como praticamente todos os produtos são importados, alguns encareceram até 40% e eu não posso repassar esse aumento com o risco de perder o cliente", diz.

A empresária, entretanto, pondera que as gratificações de fim de ano e o pagamento do 13º salário devem motivar o consumidor a continuar enchendo os corredores do estabelecimento no último mês do ano. Na loja, ela observa que as vendas dobram em dezembro frente aos demais meses. Assim, ela espera que o faturamento seja semelhante ao de 2014.

Decoração - Um dos grandes nomes no ramo de decoração natalina, a Cipolatti chega à reta final de 2015 de forma bastante tranqüila, após um começo de ano complicado, na avaliação de Conceição Cipolatti, dona da empresa. A quantidade de trabalhos vai bem e continua na marca dos 130 projetos, o mesmo número visto em 2014.

Isso acontece por uma característica do segmento de decoração natalina: os contratos com a decoradora foram fechados durante o início do ano, quando o valor do dólar ainda estava sob controle. Para afastar qualquer imprevisto em 2016, a aposta da Cipolatti será investir em clientes internacionais.

Fonte: Jornal do Comércio