Demanda de consumidores por carne se mantém estável em supermercados, diz ABRAS

Galassi afirmou que o sistema de segurança alimentar do país é confiável e defendeu que as investigações da PF continuem para se aperfeiçoar e melhorar a fiscalização no país. "Acho que temos que acreditar e confiar no sistema que nós temos (...) Mas isso não quer dizer que não se tenha que fazer operações e investigações", afirmou.
O escândalo criou repercussões nos países compradores de carne do Brasil. China, União Europeia, Chile e Coreia do Sul emitiram nesta segunda-feira comunicados em que citaram preocupações sobre os produtos brasileiros. A China, principal destino da carne brasileira, com exportações nacionais de US$ 1,75 bilhão em 2016, informou suspensão da entrada do produto até o Brasil prestar esclarecimentos sobre o esquema de fraude nas inspeções revelado pela PF na sexta-feira.
Prazo de validade curto
Na terça-feira, antes de abertura oficial de uma feira nacional do setor varejista e supermercadista, representantes da Abras vão se reunir a portas fechadas para debater os efeitos da operação da PF. "Vamos discutir o tema, mas desconheço a informação de retirada (de produtos das prateleiras)", afirmou Galassi. Ele explicou que o estoque máximo trabalhado pelos supermercados para carnes é de três dias e para embutidos de 10 dias.
"Não tem nem como pensar nisso (retirada de produtos) porque o setor não tem estoque de perecíveis. São entregas diárias, com prazo de validade curto e perecível não faz sentido estocar", acrescentou. Já o presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), Fábio Queiróz, afirmou que o setor varejista fluminense não viu queda significativa no consumo de carne no Estado. "Isso é importante para mostrar que o consumidor ainda confia na segurança do alimento", afirmou.
Desde o sábado, dia seguinte à operação da PF, agentes da vigilância sanitária da cidade do Rio de Janeiro intensificaram a fiscalização sobre carnes e embutidos nos supermercados e algumas amostras de produtos foram recolhidas para análises laboratoriais. "Vamos nos reunir na terça-feira para decidir se vai haver uma campanha de esclarecimento à população. É possível, mas não é provável", disse Queiróz, da Asserj.
Fonte: Portal G1