Desemprego freia consumo do cuiabano às vésperas do Natal, mas população é otimista, diz estudo

Embora tradicionalmente o mês de dezembro tenha considerável aumento no consumo, o crescimento deste ano foi sensível. O desempenho do mercado em Mato Grosso poderia ter sido pior diante da recessão econômica pela qual o Brasil passa e que vem afetando diversos setores econômicos no Estado, principalmente segmentos de varejo e supermercados.
A queda no consumo é um dos principais fatores para o resultado nas vendas dos estabelecimentos comerciais, conforme explicou reportagem de Agro Olhar em setembro deste ano. O comércio varejista mato-grossense sofreu retração, de acordo com o IBGE, é de 10,3% até julho deste ano.
Quem precisa de ameixa seca?
Os números convergem com a análise nacional “Hábitos de Consumo”, da Boa Vista SCPC, que aponta que, comparado às demais regiões do país, os consumidores do Centro-oeste foram os que mais diminuíram seus gastos com alimentação (23%). Reflexo disso são corredores vazios do hipermercado e poucos carrinhos com carnes tradicionais de Natal, como chester, tender e peru, que apresentam leve sobrepreço neste ano.
A redução do consumo tem um motivo. Segundo o estudo, enquanto a região Sul apresenta a redução da renda e do poder aquisitivo (17% dos entrevistados) e o Sudeste e Norte alegam endividamento (43% e 40%), aqui o desemprego foi apontado como o principal fator para diminuição nos gastos (para 50% dos ouvidos). Assim como nós, pensam também os nordestinos, com 41% dos entrevistados.
Não tá fácil pra ninguém:
Conforme verificado no hipermercado, uma compra para ceia de natal, com carrinho cheio, com direito a peru para 04 pessoas, bebida e sobremesa não sai por menos de R$ 200,00. Um preço um tanto salgado se comparado ao período de 2008 e 2009 quando o mercado brasileiro flutuava em sua (rápida) era de crescimento.
Essa percepção faz sentido, segundo o estudo “Hábitos de Consumo”: a região Centro-Oeste, assim como no Sul, é a que mais sente que gastos com alimentação pesam mais no orçamento, (com 33% e 30% das menções). Outro dado revela que nós somos os menos gastadores do país: 34% da população desta região se declara consumidor “econômico”, superando a média nacional de 18%.
Fazer o bem sem olhar à quem:
Já os que dispensam farta mesa de natal, mas fazem questão de promover uma boa ação, terão agradável surpresa. É que o preço da cesta básica caiu em Cuiabá, em relação ao resto do país, cerca de 5% a menos que nesta mesma época em 2015. Apesar disso, nossa cesta básica segue sendo uma das mais caras dos Brasil, se consideradas apenas as capitais, ocupando o 7º lugar no ranking, à R$ 431,46 no mês de novembro.
Amanhã será um lindo dia:
Apesar da crise e dos cortes de gastos, os números da Boa Vista SCPC revelam algo interessante, a região Centro-Oeste é uma das mais confiantes na superação da crise nacional: 80% dos entrevistados em nossa região acreditam que, mesmo com a inflação, nossas finanças pessoais estão melhores que no Natal de 2015, 12% creem que estamos iguais e somente 8% viram piora. Perdemos apenas para os “super otimistas” da região Norte, lá 95% da população acredita que estão com as finanças melhores.
Fonte: Olhar Direto