Embalagem é nova arma do comércio para reduzir custos

A empresa dá o exemplo no caso das padarias. Em geral, as embalagens ao segmento pedem orçamento de R$ 4 mil ao mês, considerada uma tiragem padrão de 30 mil sacos de pão, num tamanho que suporta até dez unidades do alimento. Com os anúncios, os sacos de pão saem a custo zero.
Outra empresa que atua no segmento é a Mídia Pizza. "A pizzaria não paga pela embalagem. Em troca garante que usará a caixa", definiu Daniel Gennaro, sócio-diretor do empreendimento. A empresa, que não prevê aderir ao formato de franquias, iniciou suas operações em 2010, depois de perceber o potencial de divulgação de caixas de pizza, que são vistas frequentemente por famílias de todas as regiões.
Mercado
Um único anúncio numa embalagem de pizza custa ao anunciante cerca de R$ 2,50. Com o objetivo de alcançar mais clientes num raio maior de amplitude, é ideal, segundo Gennaro, que as embalagens sejam produzidas sob o que ele chama de campanha: um mesmo anúncio publicado em um número de embalagens que durarão menos dias e serão usados por mais pizzarias. "É aconselhável mais restaurantes em 15 dias do que menos restaurantes em 30 dias". As pizzarias, nesse processo, passam a ser mais conhecidas, dado que as empresas produtoras das embalagens, ao elaborarem um mapeamento de restaurantes versus público e mapeamento, buscam o perfil das pizzarias e as inclui no banco de dados. O mesmo vale para padarias ou outro estabelecimento que venha a ser procurado pelos fornecedores de embalagens.
A empresa que recebe os pacotes acaba sendo a mais beneficiada no processo, já que é dispensada da obrigatoriedade de encomendar embalagens ou depositar determinado orçamento nas embalagens. Estão estabelecidas, previamente, parceria com gráficas e distribuidoras terceirizadas, que são acionadas para dar início as produções após a consolidação do acordo entre o anunciante e o responsável pela embalagem.
A DivulgaPão é outra empresa no setor que surgiu no mercado como AzDirect, que oferece produtos como anúncios em cabides de lavanderia, caixas de pizza, sacolas de farmácias e lojas de conveniência. Dentre esses produtos, a procura pela divulgação da propaganda em sacos de pão foi tamanha que fundou-se a DivulgaPão, especificamente para a produção de embalagens para este setor. A empresa vende o anúncio, cuida da distribuição da arte e encomenda a distribuição.
Wagner Rover, fundador e diretor geral da rede, que em 2013 vendeu 130 novas franquias, distribuídas em todo o País, observou que o saco de pão é diariamente visto por no mínimo quatro pessoas somente em uma casa. Nesse sentido, deixá-lo sem nenhum anúncio ou informação é renunciar ao seu potencial como grande veículo publicitário.
O crescimento de número de marcas, anunciantes e, assim, faturamento no setor, indica que um pacote de papel pardo em nada influencia na vida de quem consome o pão, tampouco na vida do padeiro. Já um pacote de pão ilustrado com anúncios é um informativo ao consumidor e uma publicidade ao comerciante que oferece as promoções. A economia gira e os alimentos empacotados seguem saindo do forno e chegando a lares e trabalhos em diversas regiões.
Os anúncios podem ser estampados em espaços exclusivos ou divididos. O mais observado nas embalagens para as pizzarias são anúncios únicos. Já nos sacos de pão, o tamanho mínimo para uma publicidade é o semelhante a um cartão de visita simples. Um anunciante que escolhe esse modelo tem de pagar, por tiragem (30 mil embalagens), R$ 500. Já a DivulgaPão, pede que o franqueado, o responsável pela reunião de todos os anúncios e organizá-los no papel, tem a meta de receber 32 anúncios, por tiragem/campanha. Nada impede, entretanto, que, dependendo do investimento do anunciante, a propaganda ocupe todo o espaço da embalagem. Os fornecedores da embalagem defendem categoricamente que a qualidade do produto por eles oferecido é superior aos encomendados pelos comerciantes, dado que fazem disso o seu negócio. Sugere-se que sejam repensadas as embalagens de modo a reduzir ou abolir o papelão como matéria-prima. Assim, haverá redução de custo e otimização desse mercado.
Fonte: DCI