Empresas apertam custos e elevam lucro em ano de crise
As grandes empresas brasileiras se prepararam para a crise econômica, ganharam eficiência e conseguiram elevar os ganhos nos seus negócios no primeiro semestre de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014.
A melhora ocorreu mesmo com a queda nas receitas com as vendas. Isso mostra que as companhias conseguiram repassar aumentos nos preços, além de cortar custos e despesas administrativas.
Levantamento do Insper, feito a pedido da Folha com base em dados da consultoria Economatica, mostra que as companhias que fazem parte do Ibovespa tiveram um crescimento de 9,3% no chamado lucro operacional (o Ebit, ou lucro antes de juros e impostos) nos primeiros seis meses deste ano na comparação com o primeiro semestre de 2014.
A receita, no entanto, caiu 0,3% nessa comparação. O tombo é ainda maior se for considerada a inflação de 8,89% pelo IPCA acumulado nos 12 meses até junho.
Já o lucro líquido, apurado após descontar impostos e o efeito de juros e câmbio, caiu 7,9%. A queda é explicada pelo impacto do câmbio na dívida das empresas.Por ora, o efeito é apenas contábil porque poderá ser mitigado até o vencimento da dívida, com proteção cambial e receita em dólar.
Os dados consideram 40 empresas do Ibovespa que divulgaram seus resultados até quarta (12), com uma representação de 74% no índice."O resultado mostra que as empresas melhoraram a sua parte operacional, antevendo uma piora no cenário econômico", diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper. "As empresas vão se adaptando aos cenários. Contiveram custos e racionalizaram os processos para atravessar esse período desafiador", disse Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec (associação dos analistas).
Isso ocorreu, por exemplo, na fabricante de alimentos BRF e na petroquímica Braskem. A BRF cortou custos e despesas na produção, armazenagem e distribuição. Já a Braskem aumentou o uso da capacidade instalada e se beneficiou de preços mais favoráveis de insumos.
INFLAÇÃO
Excluindo do cálculo os bancos, que tiveram o lucro influenciado pela alta dos juros, e as gigantes Vale e Petrobras, prejudicadas pela queda nos preços das commodities, o levantamento mostra que as empresas conseguiram elevar as receitas acima da inflação. Em média, o crescimento foi de 12,63%."Provavelmente elas não conseguiram repassar integralmente a alta dos preços, mas pelo menos aumentaram a receita no mesmo patamar da inflação", diz Viriato, lembrando que a receita não é formada só por preços, mas também por volume vendido.
Com a ajuda do aumento das vendas, esse grupo de empresas aumentou o lucro operacional em 16,83%. O resultado final, que paga os acionistas e possibilita o reinvestimento no negócio, aumentou 4,08%."A safra de balanços mostrou que as empresas estão privilegiando a eficiência e reduzindo a alavancagem para atravessar esse momento", afirma Roberto Indech, analista da corretora Rico.
Em um semestre de queda na produção industrial, retração nas vendas no varejo e avanço tímido das exportações, os resultados das empresas até surpreenderam."Não foram tão desastrosos como poderia se esperar. Mas a base de comparação não é a ideal", afirma Viriato, do Insper. Com Copa e manifestações, o segundo trimestre de 2014 foi fraco para as empresas.
A melhora ocorreu mesmo com a queda nas receitas com as vendas. Isso mostra que as companhias conseguiram repassar aumentos nos preços, além de cortar custos e despesas administrativas.
Levantamento do Insper, feito a pedido da Folha com base em dados da consultoria Economatica, mostra que as companhias que fazem parte do Ibovespa tiveram um crescimento de 9,3% no chamado lucro operacional (o Ebit, ou lucro antes de juros e impostos) nos primeiros seis meses deste ano na comparação com o primeiro semestre de 2014.
A receita, no entanto, caiu 0,3% nessa comparação. O tombo é ainda maior se for considerada a inflação de 8,89% pelo IPCA acumulado nos 12 meses até junho.
Já o lucro líquido, apurado após descontar impostos e o efeito de juros e câmbio, caiu 7,9%. A queda é explicada pelo impacto do câmbio na dívida das empresas.Por ora, o efeito é apenas contábil porque poderá ser mitigado até o vencimento da dívida, com proteção cambial e receita em dólar.
Os dados consideram 40 empresas do Ibovespa que divulgaram seus resultados até quarta (12), com uma representação de 74% no índice."O resultado mostra que as empresas melhoraram a sua parte operacional, antevendo uma piora no cenário econômico", diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper. "As empresas vão se adaptando aos cenários. Contiveram custos e racionalizaram os processos para atravessar esse período desafiador", disse Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec (associação dos analistas).
Isso ocorreu, por exemplo, na fabricante de alimentos BRF e na petroquímica Braskem. A BRF cortou custos e despesas na produção, armazenagem e distribuição. Já a Braskem aumentou o uso da capacidade instalada e se beneficiou de preços mais favoráveis de insumos.
INFLAÇÃO
Excluindo do cálculo os bancos, que tiveram o lucro influenciado pela alta dos juros, e as gigantes Vale e Petrobras, prejudicadas pela queda nos preços das commodities, o levantamento mostra que as empresas conseguiram elevar as receitas acima da inflação. Em média, o crescimento foi de 12,63%."Provavelmente elas não conseguiram repassar integralmente a alta dos preços, mas pelo menos aumentaram a receita no mesmo patamar da inflação", diz Viriato, lembrando que a receita não é formada só por preços, mas também por volume vendido.
Com a ajuda do aumento das vendas, esse grupo de empresas aumentou o lucro operacional em 16,83%. O resultado final, que paga os acionistas e possibilita o reinvestimento no negócio, aumentou 4,08%."A safra de balanços mostrou que as empresas estão privilegiando a eficiência e reduzindo a alavancagem para atravessar esse momento", afirma Roberto Indech, analista da corretora Rico.
Em um semestre de queda na produção industrial, retração nas vendas no varejo e avanço tímido das exportações, os resultados das empresas até surpreenderam."Não foram tão desastrosos como poderia se esperar. Mas a base de comparação não é a ideal", afirma Viriato, do Insper. Com Copa e manifestações, o segundo trimestre de 2014 foi fraco para as empresas.
Fonte: Folha de São Paulo