Endividamento das famílias cresce no mês

“A retração do consumo, em virtude da persistência da inflação e da contração da renda, além do elevado custo do crédito, explica essa redução na comparação anual”, diz o economista da CNC Bruno Fernandes.
Segundo a confederação, a manutenção das altas taxas de juros e a instabilidade do mercado de trabalho ampliaram o porcentual das famílias com contas ou dívidas em atraso, tanto na comparação mensal como na anual. Em setembro de 2015, o porcentual era de 23,1% e agora, de 24,6%. Em julho, foi de 24,4%.
Das famílias endividadas, 9,6% informaram não ter como pagar suas dívidas de cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. O resultado é maior do que o de agosto, de 9,4%, e que o de igual mês de 2015, de 8,6%.
A proporção dos que afirmaram estar muito endividados diminuiu de agosto para setembro, de 14,6% para 14,4% do total. Na comparação anual, no entanto, houve aumento de 0,5 ponto porcentual. O tempo médio das contas atrasadas ficou em 63,2 dias, sendo que o tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 7,1 meses.
A visão da CNC é que o ano de 2016 já está dado e que não há, no curto prazo, como reverter os reflexos negativos na economia. A perspectiva é que mesmo o Natal será pior do que o de 2015. “Enquanto tivermos juros altos, mercado de trabalho ruim e inflação elevada, estaremos limitados a recuperações leves.”
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo