Fabricação de produtos de limpeza, higiene e itens químicos sofre menos

Para o economista-chefe da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira, o recuo na produção de itens de consumo considerados essenciais - como os citados - revela a dinâmica da crise econômica. A opinião dele é que a atividade continuará fraca em 2017, mas sem espaço para grandes quedas. "Em bens de consumo, segue o agravamento da situação de desemprego e a manutenção da restrição ao crédito", disse ele.
A Pesquisa Mensal Industrial (PIM) do IBGE apontou uma recuo de 6,6% na produção brasileira no ano passado em relação a 2015. O índice geral teve queda bem mais forte que as três categorias destacas pelos analistas. A fabricação de outros produtos químicos, por exemplo, caiu 0,9% no último ano. "A categoria teve 61% dos produtos investigados com taxas negativas, mas o percentual ainda é menor do que a média de 72,8% da indústria geral", disse Macedo. A variedade de produtos dentro dessa categoria exige um reflexo distinto do cenário econômico.
Ele citou a produção de resinas termoplásticas, adubos e fertilizantes com comportamento positivo na investigação por categoria. Já as tintas e vernizes para construção e automotivo, junto com inseticidas, caíram ao longo de 2016. Na produção de perfumaria, sabões e produtos de limpeza houve baixa de 1,4% no último ano, de acordo com o IBGE. Ao analisar os produtos que compõem essa categoria, 63,2% dos itens tiveram recuo.
"A retração em perfumaria tem percentual de produtos em queda elevado, mas ainda abaixo da média da indústria", explicou ele. Os destaques positivos na categoria ficaram com sabão e detergente em pó, enquanto cremes de beleza e capilares tiveram queda. Na categoria de couro, artigos de viagem e calçados a atividade encolheu 1,6% no ano, apesar da alta das exportações. "Tênis é um destaque positivo disparado nessa atividade. Já os calçados de couro encolheram", disse Macedo.
Avanço
As únicas categorias com alta em 2016 foram produtos alimentícios (+0,6%) e celulose, papel e produtos de papel (+2,5%), ambas impulsionadas pelo desempenho da vendas no mercado internacional. "Esses setores devem manter o desempenho de 2016 ou até melhorar este ano", avaliou Silveira, da Nova Futura.
Fonte: DCI