Governo vê queda na arrecadação mas mantém em 0,5% previsão de alta do PIB

No mesmo documento, porém, o governo reviu a previsão para as receitas totais neste ano, que devem ficar R$ 5,8 bilhões abaixo do esperado (leia mais abaixo nesta reportagem).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
A estimativa da equipe econômica para a expansão da economia neste ano está acima daquela feita pelo mercado financeiro. Na semana passada, de acordo com pesquisas realizadas pelo BC com mais de 100 bancos, a previsão para o crescimento do PIB foi de 0,34%.
O relatório foi divulgado um dia depois de o governo anunciar aumento de tributos sobre combustíveis e o contingenciamento adicional de R$ 5,9 bilhões no orçamento de 2017.
As medidas foram adotadas justamente porque a economia cresce abaixo do previsto pelo governo - quando o orçamento de 2017 foi elaborado, a previsão era de alta de 1,7%. Consequentemente, a arrecadação com impostos e contribuições também está menor que a esperada.
A estimativa para o PIB é um indicador importante para as estimativas das contas públicas. Se ajustasse para baixo o crescimento do PIB, utilizando, por exemplo, uma previsão parecida com a do mercado financeiro, o governo teria que reestimar, também para baixo, sua expectativa para a a arrecadação – o que poderia implicar em um corte ainda maior de gastos.
Com o corte de R$ 5,9 bilhões anunciado na quinta o contingenciamento total na peça orçamentária de 2017 ficará ao redor de R$ 45 bilhões.
O novo bloqueio de gastos tende a afetar ainda mais os serviços públicos. Nas duas últimas semanas, por falta de verbas, a Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes - um projeto já liberou R$ 102,3 milhões para a impressão do documento. Já a Polícia Rodoviária Federal reduziu o policiamento nas estradas.
Fonte: G1 - economia