Hypermarcas em busca de uma saída
Fundada em 2001 para ser a 'Unilever brasileira', empresa se revelou mais forte em medicamentos do que em higiene, beleza e cuidados pessoais; com diversas marcas nas mãos, busca soluções que incluem a venda de ativos e cisão de negócios
A Hypermarcas, que tinha planos de se tornar uma Unilever nacional, com um portfólio variado em diversos segmentos, busca uma solução para sua divisão de bens de consumo, apurou o Estado. Em maio, o grupo informou ao mercado a intenção de vender seu negócio de fraldas descartáveis, embora já estivesse oferecendo o ativo a concorrentes desde 2012, quando percebeu que sua vantagem competitiva estava no balcão das farmácias, e não na gôndola dos supermercados.
A companhia não só quer sair do segmento de fraldas, mas avalia também uma cisão da área de bens de consumo. Com a separação, a expectativa é de que o negócio de medicamentos, que já é vice-líder no País, ganhe ainda mais confiança do mercado, de acordo com fontes.
A cisão pode ser uma solução porque a empresa, apesar de ter conseguido passar adiante suas linhas de produtos de limpeza e alimentos, não está tendo o mesmo sucesso com fraldas, que representam 40% de sua receita em bens de consumo. A Hypermarcas já teria conversado com concorrentes globais como Kimberly Clark, P&G e Santher, além de grupos como o sueco SCA, o japonês Unicharm e o chileno CMPC. A divisão, que detém marcas como Sapeka e Pompom, estaria avaliada entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.
Após oferecer o negócio de fraldas a vários grupos, a empresa estaria agora conversando com companhias chinesas. Mas analistas veem pouca chance de algum acordo ser fechado no curto prazo. “Achava que a venda sairia até julho. Agora, não acredito que saia este ano”, disse Caio Moreira, do Banco Fator.
Em comunicado à CVM em maio, a Hypermarcas informou que contratou bancos (Citibank, Merril Lynch e Bradesco) para a venda, associação ou cisão no setor de fraldas.
Fontes afirmam que há chances de a cisão incluir toda a área de bens de consumo. O Estado apurou que a divisão não incluiria as marcas de preservativos Olla e Jontex, líderes de mercado, e de adoçantes, complementares ao setor farmacêutico. “Separar os negócios traria resultado”, diz Ricardo Boiati, analista do Bradesco BBI.
A venda de fraldas traria alívio financeiro à companhia. Isso porque, segundo Luiz Cesta, da Votorantim Corretora, há necessidade de redução da dívida em relação à geração de caixa. “Hoje, a alavancagem da empresa está em 2,8 vezes. Diante do cenário econômico atual, o ideal seria reduzir o múltiplo para entre 1,5 e 2 vezes.”
Desafio. A dificuldade de venda pode estar ligada ao fato de os produtos serem vistos como marcas “de combate”. “Elas têm uma proposta de valor, mas não são as preferidas do consumidor”, diz Boiati. A Hypermarcas é líder no setor de esmaltes, mas tem posição intermediária em itens de maior valor, como protetor solar, fraldas e cremes.
Procurada, a Hypermarcas disse que “voltará a comentar a análise de alternativas estratégicas para seu negócio de descartáveis ao final do processo”. Santher, CMPC, P&G e Kimberly Clark não comentam o assunto. Representantes da SCA e Unicharm não foram encontrados.
A Hypermarcas, que tinha planos de se tornar uma Unilever nacional, com um portfólio variado em diversos segmentos, busca uma solução para sua divisão de bens de consumo, apurou o Estado. Em maio, o grupo informou ao mercado a intenção de vender seu negócio de fraldas descartáveis, embora já estivesse oferecendo o ativo a concorrentes desde 2012, quando percebeu que sua vantagem competitiva estava no balcão das farmácias, e não na gôndola dos supermercados.
A companhia não só quer sair do segmento de fraldas, mas avalia também uma cisão da área de bens de consumo. Com a separação, a expectativa é de que o negócio de medicamentos, que já é vice-líder no País, ganhe ainda mais confiança do mercado, de acordo com fontes.
A cisão pode ser uma solução porque a empresa, apesar de ter conseguido passar adiante suas linhas de produtos de limpeza e alimentos, não está tendo o mesmo sucesso com fraldas, que representam 40% de sua receita em bens de consumo. A Hypermarcas já teria conversado com concorrentes globais como Kimberly Clark, P&G e Santher, além de grupos como o sueco SCA, o japonês Unicharm e o chileno CMPC. A divisão, que detém marcas como Sapeka e Pompom, estaria avaliada entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.
Após oferecer o negócio de fraldas a vários grupos, a empresa estaria agora conversando com companhias chinesas. Mas analistas veem pouca chance de algum acordo ser fechado no curto prazo. “Achava que a venda sairia até julho. Agora, não acredito que saia este ano”, disse Caio Moreira, do Banco Fator.
Em comunicado à CVM em maio, a Hypermarcas informou que contratou bancos (Citibank, Merril Lynch e Bradesco) para a venda, associação ou cisão no setor de fraldas.
Fontes afirmam que há chances de a cisão incluir toda a área de bens de consumo. O Estado apurou que a divisão não incluiria as marcas de preservativos Olla e Jontex, líderes de mercado, e de adoçantes, complementares ao setor farmacêutico. “Separar os negócios traria resultado”, diz Ricardo Boiati, analista do Bradesco BBI.
A venda de fraldas traria alívio financeiro à companhia. Isso porque, segundo Luiz Cesta, da Votorantim Corretora, há necessidade de redução da dívida em relação à geração de caixa. “Hoje, a alavancagem da empresa está em 2,8 vezes. Diante do cenário econômico atual, o ideal seria reduzir o múltiplo para entre 1,5 e 2 vezes.”
Desafio. A dificuldade de venda pode estar ligada ao fato de os produtos serem vistos como marcas “de combate”. “Elas têm uma proposta de valor, mas não são as preferidas do consumidor”, diz Boiati. A Hypermarcas é líder no setor de esmaltes, mas tem posição intermediária em itens de maior valor, como protetor solar, fraldas e cremes.
Procurada, a Hypermarcas disse que “voltará a comentar a análise de alternativas estratégicas para seu negócio de descartáveis ao final do processo”. Santher, CMPC, P&G e Kimberly Clark não comentam o assunto. Representantes da SCA e Unicharm não foram encontrados.
Fonte: O Estado de S. Paulo