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IBGE minimiza fim de sequência de queda da inflação em 12 meses pelo IPCA

 IBGE minimiza fim de sequência de queda da inflação em 12 meses pelo IPCA A coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, minimizou nesta quarta-feira, 8, o fim de uma breve série de queda da inflação no acumulado em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ela destacou que a taxa de 9,32% verificada nos 12 meses até maio ficou próxima à alta de 9,28% nos 12 meses até abril.

"Apesar de ter acelerado de um mês para o outro, quando se considera os últimos 12 meses, a taxa ficou muito próxima do mês de abril. Isso porque o resultado de maio do ano passado ficou muito perto do maio deste ano", disse Eulina. Em maio de 2015, o IPCA registrou alta de 0,74%.

O IPCA de maio interrompeu a sequência no acumulado de 12 meses verificada desde fevereiro. Naquele mês, o IPCA de 12 meses atingiu 10,36%, abaixo dos 10,71% de janeiro. Nos meses seguintes, a taxa ficou em 9,39% em março e 9,28% em abril. Isoladamente, a taxa de maio, de 0,78%, foi a maior para o mês desde 2008, quando foi de 0,79%.

Alimentos

Os preços dos alimentos continuaram subindo no IPCA de maio, mas "deram uma travada" em relação aos meses anteriores, afirmou Eulina Nunes dos Santos. O grupo Alimentação e Bebida avançou 0,78% no IPCA de maio, a menor variação mensal desde novembro do ano passado.

De novembro a abril, a variação mensal dos preços dos alimentos ficou acima de 1%. Em outubro, havia sido de 0,77%. Ainda assim, o grupo Alimentação e Bebidas acumula alta de 12,74% nos 12 meses encerrados em maio, acima da média do IPCA, de 9,32%.

"A Alimentação vem pressionando o IPCA nos últimos anos", disse Eulina, citando fatores climáticos e a alta demanda dos países emergentes, que jogam para cima as cotações das commodities agrícolas, para explicar o fenômeno.

Desde 2007, segundo o IBGE, a variação do grupo Alimentação e Bebidas tem ficado acima do IPCA médio. Neste ano até maio, a alta dos alimentos é de 6,61%, contra 4,05% do IPCA cheio. No acumulado de 2007 a maio de 2016, os alimentos acumulam alta de 131,08% ante 78,78% no IPCA médio.

Em maio, batata, cebola e feijão foram os vilões dos consumidores, de acordo com o IBGE. Segundo Eulina, mais recentemente, geadas prejudicaram a produção de batata e feijão. A batata-inglesa subiu 19,12% em maio e acumula alta de 74,47% em 12 meses.

O feijão-mulatinho avançou 9,85% em maio, acumulando 48,79% em 12 meses. Já a alta da cebola é mais recente: os preços subiram 10,09% em maio, mas haviam caído 2,36% em abril. Em 12 meses, acumulam alta de 5,19%.

O leite e seus derivados também pesaram no bolso. O longa vida subiu 3,43% em maio e acumula alta de 19,33% em 12 meses. Segundo Eulina, a elevação de custos com ração, por causa da alta dos preços internacionais de milho e soja, e a preferência dos produtores por abater o gado reduziram a oferta de leite.

Fonte: Agência Estado