Inadimplência atinge mais empresas e famílias

Entre abril de 2015 e abril de 2016, o Indicador de Inadimplência de Pessoas Jurídicas do SPC Brasil e da CNDL mostrou que o número de empresas devedoras aumentou 13,96%. É consequência da “rápida deterioração” da economia ao longo do ano passado, notou a economista Marcela Kawauti, do SPC Brasil. A situação é mais grave no Nordeste e, por setores, em serviços.
Em abril, segundo a Serasa Experian, a pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas atingiu 95,4%, inferior aos 95,7% observados tanto em abril do ano passado como em março de 2016.
Segundo o BC, a inadimplência das pessoas jurídicas atingiu, em média, 3,1% em abril, aumento de 0,2 ponto porcentual em relação a março – número que pode ocultar o nível de renegociação de dívidas.
Não é melhor a situação das famílias. O economista-chefe da Boa Vista SCPC, da Associação Comercial de São Paulo, Flavio Calife, previu que o nível de inadimplência das pessoas físicas atingirá 6,8% até dezembro, superando o das pessoas jurídicas (5,5% estimados). O BC calculou a inadimplência das pessoas físicas em 6,2% em abril, porcentual idêntico ao de março.
A inadimplência caracterizada ou esperada afeta o crédito e a atividade econômica de várias formas. Dado o risco, os bancos privados foram cautelosos na oferta de crédito, enquanto os públicos emprestavam mais e hoje enfrentam mais problemas com atrasos – que subiram 0,3 ponto porcentual entre dezembro e abril, chegando a 3%. Os estatais agora elevam juros, recompõem margens e cortam crédito.
Em conjuntura difícil, chega a ser notável que a confiança do comércio (maior no segmento de móveis e eletrodomésticos) esteja crescendo rapidamente, notou o economista da FGV Aloisio Campelo.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo