Indústria e Comércio querem diversificar itens da Páscoa
Diante do cenário de retração da economia doméstica, fabricantes e varejistas decidiram investir na oferta de alternativas mais baratas aos tradicionais ovos de Páscoa e em produtos associados a data para incrementar a receita.
Com os ovos de chocolate saindo das fábricas com preços de 2% a 8% maiores em relação ao ano passado, os consumidores estão pesquisando mais para encontrar opções mais baratas e diversificando a cesta de compras, dizem os industriais. Por conta disso, supermercadistas acreditam que produtos de menor gramatura e os bombons sejam os itens mais procurados durante a data, uma vez que nos pontos de vendas, eles estão 10% mais caros, em média.
Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) comprova essa tendência. Na categoria de ovos de chocolate com até 150 gramas houve incremente de 5,9% nas encomendas à indústria. As caixas de bombons tiveram alta de 4,6% seguido das barras de chocolates com 2,9% a mais de procura para a Páscoa.
Com a perspectiva de vendas igual a do ano passado, quando houve alta de 7%, os ovos de chocolate acima de 500 gramas tiveram queda da 6,7% nas encomendas à indústria. A entidade apurou ainda que, 26,9% dos supermercadistas brasileiros estão otimistas e acreditam que as vendas serão superiores às de 2014. Por outro lado, o percentual de empresários que espera queda nas vendas é de 17,3%. A explicação para o desânimo são os preços, cerca de 10% mais caros e o consumidor menos disposto a gastar.
Supermercados
Apesar da sinalização de que está Páscoa será mais modesta ante anos anteriores, alguns supermercados ainda apostam na data. No Walmart, por exemplo, a antecipação das vendas deve ajudar a incrementar os ganhos no período. "As vendas já começaram. Nesse período pré-Páscoa, os ovos pequenos são os mais vendidos. E são com os ovos menores que o Walmart espera um crescimento maior nas vendas em relação a Páscoa do ano passado. Nesse segmento, a empresa espera um incremento de 10%", informou a rede, em nota ao DCI.
Para o período a rede começou a negociar com seus fornecedores com antecedência. "Para a próxima semana a expectativa é crescer 7% as vendas na comparação com 2014. Para trazer preços baixos, as negociações com fornecedores nacionais e importações começam a ser articuladas até seis meses antes da data".
A rede afirmou, porém, que, mesmo com a antecipação na disponibilização dos produtos, as vendas de última hora é que vão definir se a Páscoa de 2015 foi boa ou não. "Mais de 70% do total de ovos de Páscoa são vendidos a cinco dias antes da Páscoa. Anúncios na televisão começaram a ser veiculados ontem, para lembrar ao consumidor que está na hora de pensar na data. Temos ovos a partir de R$ 2,49. Próximo à Páscoa cresce a venda de ovos com brindes e brinquedos", destaca o Walmart, em nota.
Pequenas e médias
As redes de menor porte também se programaram com certa antecedência para a data. A mineira Rede Opa - central que agrega nove supermercados associados - estima vendas 15% maiores na comparação com 2014. "Tivemos uma negociação muito satisfatória, o que nos possibilitou uma porcentagem mínima de aumento ao consumidor", afirmou o gestor administrativo da rede, Warley Duarte. As principais indústrias parceiras da rede para a sazonalidade foram a Arcor e a Lacta.
Até o momento, Duarte afirmou que os estoques estão em linha com a expectativa mas a Rede Opa e seus associados não descartam a possibilidade de criar ações promocionais para desovar as sobras. "Acreditamos que todos os nossos estoques estarão dentro da demanda para atender nossos clientes. Caso seja necessário, ao término da campanha, faremos sim uma ação mais incisiva nos produtos que não obtiverem saída", diz o executivo em entrevista.
Chocolaterias
O Grupo CRM, dono das marcas Kopenhagen e Brasil Cacau, também quer garantir receita com a venda de produtos da linha regular. "O consumidor não busca só o chocolate em formato de ovo, então na linha tradicional nós vemos uma alta de 50% nas vendas", conta a vice-presidente do grupo, Renata Vichi. Ela explica que na Páscoa os produtos sazonais chegam a representar 53% das vendas do grupo, enquanto a linha tradicional fica com 37% das vendas e a cafeteria com o restante do montante movimentado. "Os produtos da linha tradicional são muito usados para compor kits", observa a executiva. Segundo ela, esse formato de presente é mais frequente na marca Brasil Cacau, com preços mais acessíveis que a principal linha do grupo, a Kopenhagen.
De acordo com Renata, a empresa estima que as vendas vão crescer 14% em relação ao mesmo período de 2014. Mas, para garantir um estimulo as vendas, o Grupo CRM promove hoje em todas as lojas da marca Brasil Cacau a degustação de um dos ovos de chocolate que compõem o portfólio da marca.
Na Munik, os kits de produtos, chamados de arranjos, também aparecem como uma alternativa. "Ao invés de comprar um ovo para cada um, o consumidor compra um produto para família toda", aposta a gerente de marketing da chocolataria, Camila Marconi.
A fabricante também incluiu no portfólio ovos em versões mais baratas, como a linha de ovos de colher, que substitui os ovos recheados.
Já a Lugano, com atuação no Sul do País, não espera ter as vendas afetadas pelo cenário econômico desfavorável, garante o diretor comercial da fabricante, Guilherme Luz. Para ele, por ter um público-alvo com maior poder aquisitivo, as vendas mantém o ritmo.
"Não acreditamos em uma queda do ticket médio de venda, mas só vamos confirmar isso nas duas últimas semanas, quando a venda de fato acontece", ressalta ele. A Lugano espera registrar alta de cerce de 17% no volume de vendas no período, na comparação com a Páscoa do ano passado.
Complemento
Para incrementar as vendas, as fabricantes também investem na oferta de outros produtos relacionados a data, como a colomba pascal. "A colomba é mais para o consumo próprio, com o ovo liderando as vendas, mas não deixa de ser um produto que os consumidores procuram", conta Marconi, da Munik.
Na paulista Ofner, as chamadas palomas têm importância maior nas vendas e representam 40% do total dos produtos sazonais comercializados na Páscoa. "Elas sempre tiveram bastante destaque na marca e complementam as variedades que nós trazemos para o consumidor", explica o diretor comercial da Ofner, Laury Roman.
Segundo ele, muitas vezes a venda desse produto, destinado principalmente ao consumo próprio acontece quando o consumidor vai até a loja pesquisar tipos e preços de ovos para comprar na última semana.
Já a Village, que comercializa os produtos nos supermercados, tem na linha infantil de colombas com personagens licenciados, o principal apelo para as vendas. "O personagem ajuda bastante na venda para o público infantil, mas a venda nessa categoria de produto tem se mantido estável nos últimos anos", afirma o executivo de marketing e vendas da empresa, Reinaldo Bertagnon.
A Pandurata, dona das marcas Bauducco e Visconti, aposta no baixo custo da colomba um fator que pode estimular as vendas. "Num momento de contenção de gastos, percebemos o consumidor mais atento ao preço e o produto é de desembolso baixo", avalia a gerente de marketing da Bauducco, Renata Del Claro. A expectativa da executiva é que as vendas do produto nas duas marcas fiquem em linha com o ano passado.
Com os ovos de chocolate saindo das fábricas com preços de 2% a 8% maiores em relação ao ano passado, os consumidores estão pesquisando mais para encontrar opções mais baratas e diversificando a cesta de compras, dizem os industriais. Por conta disso, supermercadistas acreditam que produtos de menor gramatura e os bombons sejam os itens mais procurados durante a data, uma vez que nos pontos de vendas, eles estão 10% mais caros, em média.
Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) comprova essa tendência. Na categoria de ovos de chocolate com até 150 gramas houve incremente de 5,9% nas encomendas à indústria. As caixas de bombons tiveram alta de 4,6% seguido das barras de chocolates com 2,9% a mais de procura para a Páscoa.
Com a perspectiva de vendas igual a do ano passado, quando houve alta de 7%, os ovos de chocolate acima de 500 gramas tiveram queda da 6,7% nas encomendas à indústria. A entidade apurou ainda que, 26,9% dos supermercadistas brasileiros estão otimistas e acreditam que as vendas serão superiores às de 2014. Por outro lado, o percentual de empresários que espera queda nas vendas é de 17,3%. A explicação para o desânimo são os preços, cerca de 10% mais caros e o consumidor menos disposto a gastar.
Supermercados
Apesar da sinalização de que está Páscoa será mais modesta ante anos anteriores, alguns supermercados ainda apostam na data. No Walmart, por exemplo, a antecipação das vendas deve ajudar a incrementar os ganhos no período. "As vendas já começaram. Nesse período pré-Páscoa, os ovos pequenos são os mais vendidos. E são com os ovos menores que o Walmart espera um crescimento maior nas vendas em relação a Páscoa do ano passado. Nesse segmento, a empresa espera um incremento de 10%", informou a rede, em nota ao DCI.
Para o período a rede começou a negociar com seus fornecedores com antecedência. "Para a próxima semana a expectativa é crescer 7% as vendas na comparação com 2014. Para trazer preços baixos, as negociações com fornecedores nacionais e importações começam a ser articuladas até seis meses antes da data".
A rede afirmou, porém, que, mesmo com a antecipação na disponibilização dos produtos, as vendas de última hora é que vão definir se a Páscoa de 2015 foi boa ou não. "Mais de 70% do total de ovos de Páscoa são vendidos a cinco dias antes da Páscoa. Anúncios na televisão começaram a ser veiculados ontem, para lembrar ao consumidor que está na hora de pensar na data. Temos ovos a partir de R$ 2,49. Próximo à Páscoa cresce a venda de ovos com brindes e brinquedos", destaca o Walmart, em nota.
Pequenas e médias
As redes de menor porte também se programaram com certa antecedência para a data. A mineira Rede Opa - central que agrega nove supermercados associados - estima vendas 15% maiores na comparação com 2014. "Tivemos uma negociação muito satisfatória, o que nos possibilitou uma porcentagem mínima de aumento ao consumidor", afirmou o gestor administrativo da rede, Warley Duarte. As principais indústrias parceiras da rede para a sazonalidade foram a Arcor e a Lacta.
Até o momento, Duarte afirmou que os estoques estão em linha com a expectativa mas a Rede Opa e seus associados não descartam a possibilidade de criar ações promocionais para desovar as sobras. "Acreditamos que todos os nossos estoques estarão dentro da demanda para atender nossos clientes. Caso seja necessário, ao término da campanha, faremos sim uma ação mais incisiva nos produtos que não obtiverem saída", diz o executivo em entrevista.
Chocolaterias
O Grupo CRM, dono das marcas Kopenhagen e Brasil Cacau, também quer garantir receita com a venda de produtos da linha regular. "O consumidor não busca só o chocolate em formato de ovo, então na linha tradicional nós vemos uma alta de 50% nas vendas", conta a vice-presidente do grupo, Renata Vichi. Ela explica que na Páscoa os produtos sazonais chegam a representar 53% das vendas do grupo, enquanto a linha tradicional fica com 37% das vendas e a cafeteria com o restante do montante movimentado. "Os produtos da linha tradicional são muito usados para compor kits", observa a executiva. Segundo ela, esse formato de presente é mais frequente na marca Brasil Cacau, com preços mais acessíveis que a principal linha do grupo, a Kopenhagen.
De acordo com Renata, a empresa estima que as vendas vão crescer 14% em relação ao mesmo período de 2014. Mas, para garantir um estimulo as vendas, o Grupo CRM promove hoje em todas as lojas da marca Brasil Cacau a degustação de um dos ovos de chocolate que compõem o portfólio da marca.
Na Munik, os kits de produtos, chamados de arranjos, também aparecem como uma alternativa. "Ao invés de comprar um ovo para cada um, o consumidor compra um produto para família toda", aposta a gerente de marketing da chocolataria, Camila Marconi.
A fabricante também incluiu no portfólio ovos em versões mais baratas, como a linha de ovos de colher, que substitui os ovos recheados.
Já a Lugano, com atuação no Sul do País, não espera ter as vendas afetadas pelo cenário econômico desfavorável, garante o diretor comercial da fabricante, Guilherme Luz. Para ele, por ter um público-alvo com maior poder aquisitivo, as vendas mantém o ritmo.
"Não acreditamos em uma queda do ticket médio de venda, mas só vamos confirmar isso nas duas últimas semanas, quando a venda de fato acontece", ressalta ele. A Lugano espera registrar alta de cerce de 17% no volume de vendas no período, na comparação com a Páscoa do ano passado.
Complemento
Para incrementar as vendas, as fabricantes também investem na oferta de outros produtos relacionados a data, como a colomba pascal. "A colomba é mais para o consumo próprio, com o ovo liderando as vendas, mas não deixa de ser um produto que os consumidores procuram", conta Marconi, da Munik.
Na paulista Ofner, as chamadas palomas têm importância maior nas vendas e representam 40% do total dos produtos sazonais comercializados na Páscoa. "Elas sempre tiveram bastante destaque na marca e complementam as variedades que nós trazemos para o consumidor", explica o diretor comercial da Ofner, Laury Roman.
Segundo ele, muitas vezes a venda desse produto, destinado principalmente ao consumo próprio acontece quando o consumidor vai até a loja pesquisar tipos e preços de ovos para comprar na última semana.
Já a Village, que comercializa os produtos nos supermercados, tem na linha infantil de colombas com personagens licenciados, o principal apelo para as vendas. "O personagem ajuda bastante na venda para o público infantil, mas a venda nessa categoria de produto tem se mantido estável nos últimos anos", afirma o executivo de marketing e vendas da empresa, Reinaldo Bertagnon.
A Pandurata, dona das marcas Bauducco e Visconti, aposta no baixo custo da colomba um fator que pode estimular as vendas. "Num momento de contenção de gastos, percebemos o consumidor mais atento ao preço e o produto é de desembolso baixo", avalia a gerente de marketing da Bauducco, Renata Del Claro. A expectativa da executiva é que as vendas do produto nas duas marcas fiquem em linha com o ano passado.
Fonte: DCI