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Meirelles estima crescimento 'baixo' da economia no segundo trimestre

Meirelles estima crescimento O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estimou nesta segunda-feira (28) que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta (1º), deve mostrar um crescimento baixo da economia brasileira ou mesmo "próximo do equilíbrio", ou seja, próximo de zero.

Segundo o ministro, isso deve ocorrer porque o setor da agricultura, que cresceu muito no primeiro trimestre e puxou o PIB de janeiro a março para cima, teve um desempenho bem inferior no segundo trimestre, o que levou a variação geral para baixo.

No primeiro trimestre, a economia brasileira cresceu 1% na comparação com o quarto trimestre de 2016. Foi a primeira alta no índice após oito trimestres seguidos de queda.

"A agricultura cresce muito no primeiro trimestre e, no segundo, cresce menos, é até negativo. O efeito disso é que o número que será divulgado na sexta-feira será baixo, próximo do equilíbrio", afirmou Meirelles após participar de uma reunião ministerial no Palácio do Planalto.

Trajetória de crescimento
Meirelles destacou que os números mostram que a economia brasileira entrou em uma trajetória de crescimento e que o PIB, em 2018, pode crescer de 2,5% a 3%.
Ao ser questionado sobre a razão do otimismo, já que a proposta de Orçamento de 2018 prevê um crescimento de 2% para o PIB, o ministro afirmou que, quando se trata de orçamento, é preciso ser "conservador."

Meta fiscal
Durante a entrevista, Meirelles também falou sobre a proposta do governo de alterar a meta fiscal de 2017 e 2018. De acordo com ele, se o Congresso não aprovar a mudança o governo terá que fazer "restrições severas de despesas" e, talvez, adotar outras medidas para aumentar as receitas, como aumento de impostos.

Todos os anos, o governo precisa perseguir um resultado para as contas públicas que é definido previamente. Essa é a chamada meta fiscal. Para 2017, a meta é de déficit (resultado negativo) de até R$ 139 bilhões. Para 2018, ela é de déficit de até R$ 129 bilhões.

Entretanto, o governo não vai conseguir cumpri-las porque a arrecadação está mais baixa que o previsto, reflexo da demora maior que a esperada para o país sair da crise econômica. Por isso, o governo propôs ao Congresso elevar a meta para déficit de até R$ 159 bilhões, tanto para 2017 quanto para 2018.

Isso significa que o governo quer autorização para elevar o teto para o rombo das contas públicas neste e no próximo ano. Se a mudança for aprovada, as despesas do governo vão poder superar as receitas com impostos e contribuições em até R$ 159 bilhões.

Segundo o ministro, o governo trabalhará com a meta que o Congresso Nacional aprovar, mas as novas metas é que garantirão um funcionamento melhor do governo e evitarão aumento de tributos.
O ministro disse que o Orçamento de 2018 será enviado na data prevista e que o governo espera que as novas metas propostas sejam aprovadas o mais rápido possível. "O Congresso é soberano e vamos cumprir as decisões", disse.

Fonte: G1 - economia