Mercado vê chance de retomar confiança
A aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff abre espaço para uma retomada de confiança na economia brasileira que pode ajudar no início de uma recuperação, apontam economistas. A perspectiva positiva, no entanto, vem acompanhada de um alerta de que a mudança não ocorrerá num passe de mágica. Mais do que isso: a dúvida é quanto vai durar a lua de mel do mercado com o governo de Michel Temer.
— Estamos no limiar de entrar em um círculo virtuoso da economia brasileira, e a melhora das expectativas nas últimas semanas é um exemplo disso. Isso não quer dizer que a recuperação está garantida, mas abre uma janela de oportunidade — afirma o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otavio de Souza Leal.
Na sua avaliação, a melhoria das projeções do Boletim Focus — que reúne as principais estimativas do mercado — é um exemplo dessa oportunidade. Apesar de a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) ainda ser de recessão de quase 4%, o cenário para 2017 já está melhorando. A projeção sobe há três semanas e agora é de 0,5%. Já a previsão para o dólar no fim de 2016 está em R$ 3,70, ante estimativa de R$ 4 há um mês.
Plano de privatizações
Crítico do impeachment, o professor da Unicamp Francisco Lopreato reconhece, porém, a dificuldade enfrentada por Dilma para governar e ressalta que a mudança pode aumentar a confiança.
— O novo governo pode gozar de uma lua de mel num primeiro momento, mas acredito que, se o foco da política for apenas austeridade, pode enfrentar conflitos mais à frente — acrescenta.
Professor de Economia da PUC-Rio, Luiz Roberto Cunha lembra que, mesmo se Dilma tivesse conseguido os votos necessários para evitar o impeachment, continuaria enfrentando um impasse com o Congresso para aprovar medidas que ajudassem a economia:
— O ministro Nelson Barbosa fez esforços para discutir questões como CPMF e Previdência, mas a confiança no governo já estava comprometida.
Para Cunha, o Congresso sinalizou que vai apoiar o governo Temer ao aprovar o impeachment, por isso, não faria sentido barrar medidas do novo governo.
O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos conselheiros de Marina Silva na campanha de 2014, acredita que o Brasil tem as variáveis necessárias para recuperar a economia.
— O ritmo de produção pode crescer a curto prazo com o estoque de capital físico e humanos que temos — disse Gianetti em evento em São Paulo ontem.
Gianetti alertou, porém, que para a retomada da economia será preciso que o governo adote medidas estruturais, como a desvinculação do orçamento e um plano de privatizações.
— Estamos no limiar de entrar em um círculo virtuoso da economia brasileira, e a melhora das expectativas nas últimas semanas é um exemplo disso. Isso não quer dizer que a recuperação está garantida, mas abre uma janela de oportunidade — afirma o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otavio de Souza Leal.
Na sua avaliação, a melhoria das projeções do Boletim Focus — que reúne as principais estimativas do mercado — é um exemplo dessa oportunidade. Apesar de a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) ainda ser de recessão de quase 4%, o cenário para 2017 já está melhorando. A projeção sobe há três semanas e agora é de 0,5%. Já a previsão para o dólar no fim de 2016 está em R$ 3,70, ante estimativa de R$ 4 há um mês.
Plano de privatizações
Crítico do impeachment, o professor da Unicamp Francisco Lopreato reconhece, porém, a dificuldade enfrentada por Dilma para governar e ressalta que a mudança pode aumentar a confiança.
— O novo governo pode gozar de uma lua de mel num primeiro momento, mas acredito que, se o foco da política for apenas austeridade, pode enfrentar conflitos mais à frente — acrescenta.
Professor de Economia da PUC-Rio, Luiz Roberto Cunha lembra que, mesmo se Dilma tivesse conseguido os votos necessários para evitar o impeachment, continuaria enfrentando um impasse com o Congresso para aprovar medidas que ajudassem a economia:
— O ministro Nelson Barbosa fez esforços para discutir questões como CPMF e Previdência, mas a confiança no governo já estava comprometida.
Para Cunha, o Congresso sinalizou que vai apoiar o governo Temer ao aprovar o impeachment, por isso, não faria sentido barrar medidas do novo governo.
O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos conselheiros de Marina Silva na campanha de 2014, acredita que o Brasil tem as variáveis necessárias para recuperar a economia.
— O ritmo de produção pode crescer a curto prazo com o estoque de capital físico e humanos que temos — disse Gianetti em evento em São Paulo ontem.
Gianetti alertou, porém, que para a retomada da economia será preciso que o governo adote medidas estruturais, como a desvinculação do orçamento e um plano de privatizações.
Fonte: Jornal O Globo