Pão de Açucar faz aposta no setor de alimentos

O GPA não revela oficialmente qual é sua participação de mercado, mas no primeiro semestre de 2014 o varejo alimentar da companhia cresceu em ritmo superior à média do setor, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
De janeiro a junho, a receita líquida dos negócios de alimentos do grupo cresceu 13% e, considerando as vendas mesmas lojas (apenas unidades abertas há mais de um ano), a expansão foi de 6,5%. A elevação da receita bruta mesmas lojas foi superior a 8%. Já os dados da Abras, que só vão até maio, indicam alta de 1,62% nas vendas do setor supermercadista em cinco meses ante igual período do ano anterior. "A tendência do nosso market share é positiva, estamos ganhando espaço tanto no Multivarejo (negócio que inclui as bandeiras Extra e Pão de Açúcar) como em Assaí", disse Hidalgo.
Ao mesmo tempo, outros grandes do setor também têm expansão acima da média. O Carrefour reportou crescimento orgânico de 10% em vendas brutas no Brasil no segundo trimestre e de 8,3% no primeiro. O Walmart ainda não divulgou números de abril a junho, mas cresceu 4,4% nos primeiros três meses do ano no Brasil. É possível que redes estejam ganhando algum espaço sobre supermercadistas de menor porte.
O executivo do GPA reforçou a crença da companhia na estratégia que adota há um ano, de uma competição mais agressiva por preços, com vistas a elevar o volume de vendas e o tráfego nas lojas. Desde o segundo trimestre de 2013, o GPA reduziu preços de produtos mais intensamente e isso vinha impactando negativamente a margem bruta da companhia. De abril a junho deste ano, porém, a redução de margem bruta do negócio de alimentos na comparação anual foi menor, de apenas 0,4 ponto porcentual.
Para Hidalgo, alguns fatores tornaram este segundo trimestre atípico. A Páscoa em abril e a Copa do Mundo posteriormente alteraram o mix de produtos vendidos nas lojas. Ele reforça, porém, que a companhia segue acompanhando a concorrência regional em suas lojas e reagindo caso a caso. "Cada loja está em um entorno competitivo distinto e, para cada loja, é definida uma estratégia de preço segundo o cluster no qual se encontra", afirma.
Diante da continuidade da estratégia, Hidalgo afirma que é possível esperar que a empresa continue reportando impactos negativos na margem bruta, o que é compensado por reduções de despesas e diluição de custos fixos.
Para o segundo semestre deste ano, Hidalgo concorda que o cenário macroeconômico traz condições desafiadoras. Ainda assim, considera que a companhia está preparada para enfrentar qualquer ambiente. Ele acrescenta que, num prazo mais longo, a empresa confia no desempenho do consumo.
Fonte: A Tarde