Produtos mais baratos lideram as encomendas para o Dia das Mães
As fabricantes de bens de consumo investiram em produtos de menor preço e variedade para atender as encomendas do Dia das Mães. A estratégia é uma resposta à desaceleração econômica. Segundo o consultor de consumo Rubens Panelli Junior, como o mercado não tem dado sinais de melhora, a tendência é que o consumidor gaste menos na hora de comprar os presentes. "As vendas, de maneira geral, estão fracas e existe ainda a possibilidade de o consumidor deixar de comprar presentes na data", alerta ele.
Caso esse cenário se confirme, as fabricantes devem sofrer um forte impacto, observa o especialista. "Eu não duvido de uma retração nas vendas no período", afirma. A conjuntura desfavorável, entretanto, pode ser uma oportunidade para alguns setores. Os aparelhos eletrônicos, lembra o consultor, seguem como concorrentes importantes para os setores de vestuário e cosméticos.
"Os celulares estão hoje entre os principais produtos de consumo e, mesmo com o orçamento mais apertado, as pessoas não deixam de comprar, mesmo que seja um aparelho mais barato", avalia o diretor da área de dispositivos móveis da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Luiz Cláudio Carneiro.
Hoje, a venda de aparelhos na faixa de R$ 400 a R$ 700 é a que mais cresce, impulsionada pela migração dos celulares para os modelos smartphone. "Os smartphones já representam 95,2% das vendas de celulares no País", destaca ele. O representante, entretanto, reconhece que há forte concorrência de outros setores no período.
Para a fabricante de eletroportáteis Mallory, a data é um período importante para o calendário de vendas do ano, conta o diretor comercial da empresa, Mauro Vega. "A alta no faturamento registrada em março confirma o incremento gerado pela demanda no período", explica. As fritadeiras elétricas, cita ele, devem se destacar no período, sendo a aposta para todo o ano.
A concorrente Cadence, também aposta nas fritadeiras, mas lembra que a categoria vai bem independentemente da data e aposta que outros produtos podem se destacar.
"O mês de abril, tradicionalmente é bom para a indústria, em boa parte pelas vendas no Dia das Mães que não se limitam a uma categoria", observa o diretor comercial da Cadence, Dirceu Brugalli. Apesar do avanço previsto de 8% a 10% no faturamento, o volume de vendas da empresa deve ficar em linha com 2014.
"Com o mercado retraído, conseguimos aumentar nosso ganho a partir de uma estratégia de crescer em faturamento e não em quantidade, com itens mais caros", explica ele. Brugalli acredita que o orçamento das famílias mais pressionado este ano pode levar à redução da compra de itens supérfluos, como cosméticos e vestuário, favorecendo a categoria de eletroportáteis.
Já na avaliação do consultor Rubens Panelli Junior, é exatamente essa maior pressão no orçamento que tem beneficiado as fabricantes de vestuário e cosméticos, além da mudança no perfil de consumo.
"O produto de uso individual é a tendência e essa mudança é cada vez mais forte. Hoje, a maioria das mães não quer ganhar algo que faça referência ao trabalho doméstico, ela quer algo para seu cuidado próprio e esses itens têm preços menores", observa ele.
Alternativa
Para aproveitar a data, a fabricante de cosméticos Mahogany aposta na oferta de opções de presentes em diferentes faixas de preço. "Nós percebemos no Natal um aumento da procura por alternativas de menor valor para presente e preparamos o portfólio para ter itens em todas as faixas", revela o gerente de marketing da marca, Brian Drummond.
Ele acredita que essa diversidade de opções tem sido um dos principais fatores que tem estimulado a alta nas vendas ao varejo. "Para atender a demanda no Dia das Mães aumentamos os turnos de produção em alguns dias da semana", conta ele.
Vestuário
A Calçados Beira Rio, dona das marcas Beira Rio, Moleca, Vizzano, Molekinha e Modare, também adotou a estratégia do preço como principal atrativo para o varejo. "Nossa estratégia de preços acessíveis tem nos permitido alavancar as vendas desde o Natal, porque o produto tem boa saída no varejo", afirma o analista da fabricante, Ângelo Gasques.
Conforme o especialista, o bom giro no varejo no final do ano fez os lojistas aumentarem as encomendas. "Crescemos em cima da concorrência, ganhando participação, na contramão do mercado", diz. Em março, o volume de vendas da Beira Rio registrou alta de 29% contra igual período de 2014 e hoje a produção diária de calçados é de 280 mil pares.
Já a Gatto Blu, de Petrópolis (RJ), não está tão otimista com a data. De acordo com o coordenador de marketing da confecção, Luís Guilherme Rodrigues, a expectativa é que o volume comercializado no período seja menor em relação ao ano passado. "O consumidor tem adquirido menos itens, o que reflete na nossa produção e, quando compra, o produto é mais barato, impactando o faturamento", observa.
O presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), Roberto Chadad, reconhece que o posicionamento de preços será determinante para garantir as vendas. "A estratégia é trabalhar para não repassar, porque o consumidor não está aceitando alta de preços nesse momento", defende.
Caso esse cenário se confirme, as fabricantes devem sofrer um forte impacto, observa o especialista. "Eu não duvido de uma retração nas vendas no período", afirma. A conjuntura desfavorável, entretanto, pode ser uma oportunidade para alguns setores. Os aparelhos eletrônicos, lembra o consultor, seguem como concorrentes importantes para os setores de vestuário e cosméticos.
"Os celulares estão hoje entre os principais produtos de consumo e, mesmo com o orçamento mais apertado, as pessoas não deixam de comprar, mesmo que seja um aparelho mais barato", avalia o diretor da área de dispositivos móveis da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Luiz Cláudio Carneiro.
Hoje, a venda de aparelhos na faixa de R$ 400 a R$ 700 é a que mais cresce, impulsionada pela migração dos celulares para os modelos smartphone. "Os smartphones já representam 95,2% das vendas de celulares no País", destaca ele. O representante, entretanto, reconhece que há forte concorrência de outros setores no período.
Para a fabricante de eletroportáteis Mallory, a data é um período importante para o calendário de vendas do ano, conta o diretor comercial da empresa, Mauro Vega. "A alta no faturamento registrada em março confirma o incremento gerado pela demanda no período", explica. As fritadeiras elétricas, cita ele, devem se destacar no período, sendo a aposta para todo o ano.
A concorrente Cadence, também aposta nas fritadeiras, mas lembra que a categoria vai bem independentemente da data e aposta que outros produtos podem se destacar.
"O mês de abril, tradicionalmente é bom para a indústria, em boa parte pelas vendas no Dia das Mães que não se limitam a uma categoria", observa o diretor comercial da Cadence, Dirceu Brugalli. Apesar do avanço previsto de 8% a 10% no faturamento, o volume de vendas da empresa deve ficar em linha com 2014.
"Com o mercado retraído, conseguimos aumentar nosso ganho a partir de uma estratégia de crescer em faturamento e não em quantidade, com itens mais caros", explica ele. Brugalli acredita que o orçamento das famílias mais pressionado este ano pode levar à redução da compra de itens supérfluos, como cosméticos e vestuário, favorecendo a categoria de eletroportáteis.
Já na avaliação do consultor Rubens Panelli Junior, é exatamente essa maior pressão no orçamento que tem beneficiado as fabricantes de vestuário e cosméticos, além da mudança no perfil de consumo.
"O produto de uso individual é a tendência e essa mudança é cada vez mais forte. Hoje, a maioria das mães não quer ganhar algo que faça referência ao trabalho doméstico, ela quer algo para seu cuidado próprio e esses itens têm preços menores", observa ele.
Alternativa
Para aproveitar a data, a fabricante de cosméticos Mahogany aposta na oferta de opções de presentes em diferentes faixas de preço. "Nós percebemos no Natal um aumento da procura por alternativas de menor valor para presente e preparamos o portfólio para ter itens em todas as faixas", revela o gerente de marketing da marca, Brian Drummond.
Ele acredita que essa diversidade de opções tem sido um dos principais fatores que tem estimulado a alta nas vendas ao varejo. "Para atender a demanda no Dia das Mães aumentamos os turnos de produção em alguns dias da semana", conta ele.
Vestuário
A Calçados Beira Rio, dona das marcas Beira Rio, Moleca, Vizzano, Molekinha e Modare, também adotou a estratégia do preço como principal atrativo para o varejo. "Nossa estratégia de preços acessíveis tem nos permitido alavancar as vendas desde o Natal, porque o produto tem boa saída no varejo", afirma o analista da fabricante, Ângelo Gasques.
Conforme o especialista, o bom giro no varejo no final do ano fez os lojistas aumentarem as encomendas. "Crescemos em cima da concorrência, ganhando participação, na contramão do mercado", diz. Em março, o volume de vendas da Beira Rio registrou alta de 29% contra igual período de 2014 e hoje a produção diária de calçados é de 280 mil pares.
Já a Gatto Blu, de Petrópolis (RJ), não está tão otimista com a data. De acordo com o coordenador de marketing da confecção, Luís Guilherme Rodrigues, a expectativa é que o volume comercializado no período seja menor em relação ao ano passado. "O consumidor tem adquirido menos itens, o que reflete na nossa produção e, quando compra, o produto é mais barato, impactando o faturamento", observa.
O presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), Roberto Chadad, reconhece que o posicionamento de preços será determinante para garantir as vendas. "A estratégia é trabalhar para não repassar, porque o consumidor não está aceitando alta de preços nesse momento", defende.
Fonte: DCI