Supermercadistas reduzem estoques e tentam negociar preços menores
A perspectiva de um ano mais enxuto de crescimento econômico tem feito com que os empresários do setor supermercadista revejam a forma de abastecer suas gôndolas. Muitos afirmam ter reduzido os estoques para evitar que a lucratividade não seja impactada justamente com o menor índice de intenção de compra.
"Nós varejistas sofremos diretamente o impacto do menor poder de compra do consumidor. A vantagem que temos é que ele migra de categoria. Assim, conseguimos atendê-los de forma mais rápida", explicou ao DCI o gestor administrativo da Rede Opa, Warley Duarte.
Fundada em 2002, em Minas Gerais, a rede atua como uma central de negócios e movimentou mais de R$ 320 milhões em 2014, ao administrar o trabalho em conjunto com 16 bandeiras, que atuam no mercado mineiro e também no carioca.
Unidas, essas empresas costumam negociar diretamente com as principais indústrias, só que o aumento dos preços tem feito com que a administração da central de negócios procure distribuidores e atacadistas para abastecer as lojas. "A indústria também está sendo penalizada pelos ajustes, em especial, com os custos com a mão de obra. Em uma primeira conversa com um fornecedor de grande porte, os produtos estão 9% mais caros este ano", explicou Duarte.
Repasse de preços
O executivo afirmou que não será possível segurar o repasse dos preços, mas que isso não será feito de maneira integral. "Até março, não vamos repassar o aumento. Mas de abril em diante será inevitável".
Uma das estratégias adotadas pela Rede Opa foi a integração dos sistemas entre as lojas. "Investimos R$ 2 milhões em um software de gestão que unificará as informações. Assim, conseguiremos analisar de forma igual o desempenho de todas as redes que fazem parte da central de negócios", explicou Duarte.
O executivo ressaltou também que com a gestão integrada, as bandeiras Supermercado Mais, Supermercado Maia, Supermercado Miranda - e todas as outras que fazem parte da central -, conseguiram de forma mais prática e assertiva organizar os estoques. "Temos de fazer com que esses empresários consigam liquidez nas operações. Com isso, eles terão capital para investir nos pontos de vendas a ampliar suas marcas", disse. "Não é hora de deixar de investir", complementou Duarte.
Categorias
Na Paulista Cooperativa de Consumo (Coop), algumas categorias já apresentaram queda no volume de venda. "Commodities, alguns itens de produtos de limpeza e de higiene pessoal já apresentaram queda", afirmou o gerente comercial e de logística da rede, Gustavo Ramos.
Para o executivo, o que leva a venda menor é que o brasileiro está mais endividado. "Eles têm comprado em volume menor. Outro ponto são os 'atacarejos', que oferecem produtos com preços bem mais competitivos", disse. Outro ponto destacado pelo executivo é o das promoções: "Estamos sempre atentos aos nossos estoques, pois tudo que sobra acaba virando promoção, o que nos faz reduzir as margens de ganho", falou.
Ramos acredita que se houver uma melhora no cenário, ela será apenas no segundo semestre. "No primeiro semestre, a expectativa é que as vendas cresçam entre 7% a 7,5%. No segundo, esse índice pode chegar a 10%", declarou.
O cenário pode não parecer muito promissor, mas Ramos acredita que a indústria, por mais que tenha aumento em seus custos de produção, vai pensar duas vezes antes de encarecer demais os preços. "Eles já entenderam que o consumidor reage à alta dos preços. Ele muda de categoria e até deixa de comprar. Com isso, os fornecedores vão tentar pressionar menos o repasse".
Consumidor
Pesquisa realizada pela Nielsen apontou que as idas aos supermercados têm caído de forma significativa no País. O endividamento e a alta da inflação fizeram com que os consumidores diminuíssem em 5,6% a ida ao supermercado, isso no terceiro trimestre de 2014.
A tendência é que isso continue, uma vez que o brasileiro deixou de fazer compras de abastecimento devido à alta dos preços ao longo do ano passado no País.
Ainda segundo dados apurados pela Nielsen, com a desaceleração do consumo há um grande desafio para o varejo e para indústria ao longo deste ano, pois as perspectivas de vendas não são favoráveis neste momento. Em janeiro do ano passado, o volume de vendas cresceu 7,1% na comparação anual. No acumulado até agosto, o índice ficou em 5,2%, e a previsão da Nielsen é que 2014 feche em 3,4%.
"Nós varejistas sofremos diretamente o impacto do menor poder de compra do consumidor. A vantagem que temos é que ele migra de categoria. Assim, conseguimos atendê-los de forma mais rápida", explicou ao DCI o gestor administrativo da Rede Opa, Warley Duarte.
Fundada em 2002, em Minas Gerais, a rede atua como uma central de negócios e movimentou mais de R$ 320 milhões em 2014, ao administrar o trabalho em conjunto com 16 bandeiras, que atuam no mercado mineiro e também no carioca.
Unidas, essas empresas costumam negociar diretamente com as principais indústrias, só que o aumento dos preços tem feito com que a administração da central de negócios procure distribuidores e atacadistas para abastecer as lojas. "A indústria também está sendo penalizada pelos ajustes, em especial, com os custos com a mão de obra. Em uma primeira conversa com um fornecedor de grande porte, os produtos estão 9% mais caros este ano", explicou Duarte.
Repasse de preços
O executivo afirmou que não será possível segurar o repasse dos preços, mas que isso não será feito de maneira integral. "Até março, não vamos repassar o aumento. Mas de abril em diante será inevitável".
Uma das estratégias adotadas pela Rede Opa foi a integração dos sistemas entre as lojas. "Investimos R$ 2 milhões em um software de gestão que unificará as informações. Assim, conseguiremos analisar de forma igual o desempenho de todas as redes que fazem parte da central de negócios", explicou Duarte.
O executivo ressaltou também que com a gestão integrada, as bandeiras Supermercado Mais, Supermercado Maia, Supermercado Miranda - e todas as outras que fazem parte da central -, conseguiram de forma mais prática e assertiva organizar os estoques. "Temos de fazer com que esses empresários consigam liquidez nas operações. Com isso, eles terão capital para investir nos pontos de vendas a ampliar suas marcas", disse. "Não é hora de deixar de investir", complementou Duarte.
Categorias
Na Paulista Cooperativa de Consumo (Coop), algumas categorias já apresentaram queda no volume de venda. "Commodities, alguns itens de produtos de limpeza e de higiene pessoal já apresentaram queda", afirmou o gerente comercial e de logística da rede, Gustavo Ramos.
Para o executivo, o que leva a venda menor é que o brasileiro está mais endividado. "Eles têm comprado em volume menor. Outro ponto são os 'atacarejos', que oferecem produtos com preços bem mais competitivos", disse. Outro ponto destacado pelo executivo é o das promoções: "Estamos sempre atentos aos nossos estoques, pois tudo que sobra acaba virando promoção, o que nos faz reduzir as margens de ganho", falou.
Ramos acredita que se houver uma melhora no cenário, ela será apenas no segundo semestre. "No primeiro semestre, a expectativa é que as vendas cresçam entre 7% a 7,5%. No segundo, esse índice pode chegar a 10%", declarou.
O cenário pode não parecer muito promissor, mas Ramos acredita que a indústria, por mais que tenha aumento em seus custos de produção, vai pensar duas vezes antes de encarecer demais os preços. "Eles já entenderam que o consumidor reage à alta dos preços. Ele muda de categoria e até deixa de comprar. Com isso, os fornecedores vão tentar pressionar menos o repasse".
Consumidor
Pesquisa realizada pela Nielsen apontou que as idas aos supermercados têm caído de forma significativa no País. O endividamento e a alta da inflação fizeram com que os consumidores diminuíssem em 5,6% a ida ao supermercado, isso no terceiro trimestre de 2014.
A tendência é que isso continue, uma vez que o brasileiro deixou de fazer compras de abastecimento devido à alta dos preços ao longo do ano passado no País.
Ainda segundo dados apurados pela Nielsen, com a desaceleração do consumo há um grande desafio para o varejo e para indústria ao longo deste ano, pois as perspectivas de vendas não são favoráveis neste momento. Em janeiro do ano passado, o volume de vendas cresceu 7,1% na comparação anual. No acumulado até agosto, o índice ficou em 5,2%, e a previsão da Nielsen é que 2014 feche em 3,4%.
Fonte: DCI