Varejistas mantêm investimentos em 2015, apesar da crise
Varejistas das áreas de alimentos, eletroeletrônico, têxtil, calçadista, do segmento pet e do ramo farmacêutico mantêm investimentos para 2015, apesar da queda nas vendas no primeiro trimestre, consequência da piora do mercado de trabalho, da renda e da restrição ao crédito. Oito redes consultadas pela Folha informam que, além de reformas e investimentos em logística, planejam abrir lojas em pontos comercias que, devido à retração do mercado imobiliário, estão 20% mais baratos.
"Não dá para ficar sentado chorando. A crise gera oportunidades", diz Sylvio Korytowski, diretor de expansão da Hope Lingerie. Até outubro, estão programadas 50 novas lojas da marca, sendo 23 delas com contratos em andamento e previsão para abrir as portas entre 60 e 90 dias. No ano passado, 27 lojas das 40 planejadas foram inauguradas. "A maioria será aberta em shoppings, mas temos projeto para lojas de rua, cujo custo do imóvel e de manutenção é mais barato", afirma Korytowski.
As negociações com shoppings também estão mais flexíveis neste ano, segundo ele, e permitem contratos de locação com descontos que chegam a 20%. "Antigamente os shoppings viviam das lojas âncoras. Hoje, dependem das lojas satélites, que sustentam os estabelecimentos e pagam suas contas", diz. As Lojas Renner também informam que dará sequência a um plano para investir R$ 550 milhões neste ano, com inaugurações, reforma de lojas, projetos logísticos e de sistemas. O valor é quase 10% superior ao investido em 2014.
Segundo a varejista, de janeiro até 15 de maio deste ano foram inauguradas 14 lojas (10 da Renner, 3 da Camicado e 1 da Youcom). A meta é chegar a 2021 com 833 lojas em atividade; hoje são 345. O Grupo Pão de Açúcar já abriu 20 lojas de janeiro a março (9 Minimercados Extra, 5 Minuto Pão de Açúcar, 3 Assaí e 3 da Casas Bahia) e pretende ampliar em até 6% a área de vendas em 2015.
Para o consultor Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail, de estratégias para o varejo, mais do que retração, este é um ano de instabilidade, o que força ajustes.
"Há muito tempo as empresas não conviviam com a instabilidade política, que afeta os negócios. Mas, se de um lado há desequilíbrio, do outro estão sendo feitos ajustes em rotatividade, custo da mão de obra e mercado imobiliário, que asfixiavam o varejo."
FECHA UM, ABRE OUTRO
Com o fechamento de 250 concessionárias de veículos até abril, cresce a oferta de imóveis com boa localização, o que contribui para a expansão de algumas redes. Caso da Petz, rede com 28 lojas de artigos para animais de estimação e que prevê abrir outras oito em 2015, aproveitando os espaços deixados pelas revendedoras.
"Se a economia cresce, as vendas aumentam; mas faltam pontos comerciais e mão de obra. Se há crise, pioram as vendas, mas melhoram os outros dois fatores para expansão", diz Sergio Zimerman, presidente da Petz.
No ano passado, não houve expansão na Petz, que recebeu injeção de um fundo americano, e em 2013 foram abertos nove pontos de venda. "O arrefecimento da economia tem impacto no curto prazo, mas nossos planos são de cinco, dez anos." A perspectiva de melhora no comércio é destacada ainda em pesquisa da Abiesv, associação de fornecedores de serviços e equipamentos para o varejo. Em 2014, o segmento faturou R$ 15 bilhões.
No levantamento com 374 fornecedores de 18 Estados 55% projetam faturamento maior, sendo que 38% estimam crescer mais de 10%. "A onda de pessimismo do primeiro trimestre já mudou. Se o fornecedor mantém planos para crescer, contratar e investir, é porque está recebendo essa demanda das redes de atuação nacional ou regional", diz Julio Takano, presidente da Abiesv.
A Di Gaspi, rede com 43 lojas de calçados e roupas em São Paulo, optou por reformar seus pontos e alguns irão dobrar de tamanho. "Desde abril, as vendas melhoraram. Crescemos 3% [real] no Dia das Mães. A rede é familiar e depende de capital próprio. Há cautela em relação à expansão, mas cremos que o segundo semestre será melhor", diz o diretor Rodrigo Gaspi.
"Não dá para ficar sentado chorando. A crise gera oportunidades", diz Sylvio Korytowski, diretor de expansão da Hope Lingerie. Até outubro, estão programadas 50 novas lojas da marca, sendo 23 delas com contratos em andamento e previsão para abrir as portas entre 60 e 90 dias. No ano passado, 27 lojas das 40 planejadas foram inauguradas. "A maioria será aberta em shoppings, mas temos projeto para lojas de rua, cujo custo do imóvel e de manutenção é mais barato", afirma Korytowski.
As negociações com shoppings também estão mais flexíveis neste ano, segundo ele, e permitem contratos de locação com descontos que chegam a 20%. "Antigamente os shoppings viviam das lojas âncoras. Hoje, dependem das lojas satélites, que sustentam os estabelecimentos e pagam suas contas", diz. As Lojas Renner também informam que dará sequência a um plano para investir R$ 550 milhões neste ano, com inaugurações, reforma de lojas, projetos logísticos e de sistemas. O valor é quase 10% superior ao investido em 2014.
Segundo a varejista, de janeiro até 15 de maio deste ano foram inauguradas 14 lojas (10 da Renner, 3 da Camicado e 1 da Youcom). A meta é chegar a 2021 com 833 lojas em atividade; hoje são 345. O Grupo Pão de Açúcar já abriu 20 lojas de janeiro a março (9 Minimercados Extra, 5 Minuto Pão de Açúcar, 3 Assaí e 3 da Casas Bahia) e pretende ampliar em até 6% a área de vendas em 2015.
Para o consultor Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail, de estratégias para o varejo, mais do que retração, este é um ano de instabilidade, o que força ajustes.
"Há muito tempo as empresas não conviviam com a instabilidade política, que afeta os negócios. Mas, se de um lado há desequilíbrio, do outro estão sendo feitos ajustes em rotatividade, custo da mão de obra e mercado imobiliário, que asfixiavam o varejo."
FECHA UM, ABRE OUTRO
Com o fechamento de 250 concessionárias de veículos até abril, cresce a oferta de imóveis com boa localização, o que contribui para a expansão de algumas redes. Caso da Petz, rede com 28 lojas de artigos para animais de estimação e que prevê abrir outras oito em 2015, aproveitando os espaços deixados pelas revendedoras.
"Se a economia cresce, as vendas aumentam; mas faltam pontos comerciais e mão de obra. Se há crise, pioram as vendas, mas melhoram os outros dois fatores para expansão", diz Sergio Zimerman, presidente da Petz.
No ano passado, não houve expansão na Petz, que recebeu injeção de um fundo americano, e em 2013 foram abertos nove pontos de venda. "O arrefecimento da economia tem impacto no curto prazo, mas nossos planos são de cinco, dez anos." A perspectiva de melhora no comércio é destacada ainda em pesquisa da Abiesv, associação de fornecedores de serviços e equipamentos para o varejo. Em 2014, o segmento faturou R$ 15 bilhões.
No levantamento com 374 fornecedores de 18 Estados 55% projetam faturamento maior, sendo que 38% estimam crescer mais de 10%. "A onda de pessimismo do primeiro trimestre já mudou. Se o fornecedor mantém planos para crescer, contratar e investir, é porque está recebendo essa demanda das redes de atuação nacional ou regional", diz Julio Takano, presidente da Abiesv.
A Di Gaspi, rede com 43 lojas de calçados e roupas em São Paulo, optou por reformar seus pontos e alguns irão dobrar de tamanho. "Desde abril, as vendas melhoraram. Crescemos 3% [real] no Dia das Mães. A rede é familiar e depende de capital próprio. Há cautela em relação à expansão, mas cremos que o segundo semestre será melhor", diz o diretor Rodrigo Gaspi.
Fonte: Folha de São Paulo