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Varejos buscam oportunidades fora das regiões mais centrais do país

Varejos buscam oportunidades fora das regiões mais centrais do país Conquistar consumidores que moram afastados das regiões centrais e encontrar espaços alternativos. Estas são as metas das empresas do setor de shopping center, que até o final de 2015 vão inaugurar mais de 26 shoppings, sendo 16 deles fora das capitais. "Já faz algum tempo que os shopping centers procuram por lugares que sejam mais afastados. Isso acontece por serem áreas onde encontramos um crescimento da classe média, somado à ausência de um varejo mais organizada nas regiões", explicou o sócio fundador da Lumine, Claudio Sallum.

Empresa responsável pelo planejamento e comercialização do setor, a Lumine irá inaugurar em novembro deste ano o empreendimento Cantareira Norte Shopping, localizado na zona norte da cidade de São Paulo. Segundo a companhia, o espaço é um bom exemplo dessa situação das atuais construções do setor, que estão se multiplicando nas regiões mais afastadas dos grandes centros e das capitais. O movimento, aliás, tem chamado a atenção do mercado justamente por vir se intensificando nos últimos anos, haja vista a mudança na composição do emprego e renda da maior parte da população, conforme comentários de especialistas e empresários do segmento.

Para o executivo da Lumine, o caso do Cantareira é uma oportunidade bastante singular, numa região pouco atendida pelo varejo, o empreendimento está a 10 km. O novo mall se prepara para atender 700 mil visitantes por mês e irá atender as regiões de Perus, Jaraguá, Brasilândia, Pirituba e Freguesia do Ó, além de alcançar as cidades de Franco da Rocha, Caieiras e Francisco Morato.

Cantareira

Na capital paulista, o novo empreendimento que surgirá na zona norte da cidade contará com uma área bruta locável (ABL) estimada em 27 mil metros quadrados. O empreendimento contará com 220 lojas, incluindo cinco lojas âncoras, quatro megalojas, cinco salas de cinema, área para games, um teatro e uma academia.

De acordo com o sócio fundador da Lumine, Claudio Sallum, além disso, o local terá mais de 1.300 vagas de estacionamento. "Marcas como McDonald's, Renner, Lojas Americanas, Besni, Riachuelo e C&A já garantiram sua presença", ressaltou o executivo.

Sallum afirma ainda que alguns esforços estão sendo realizados justamente para combinar os principais lojistas de franquias nacionais, com aqueles que também possuem um bom relacionamento com o público local. A ideia é atrair esses empresários já estabelecidos na região. Isso mesmo considerando que as lojas que buscam os shoppings têm um valor de custo mais elevado para o empresário que atua com lojas de ruas.

Extremo leste

Outro empreendimento que desponta em uma região pouco atendida pelo setor de shoppings é o Estação Jardim Shopping. O espaço será erguido na Avenida Marechal Tito, entre os bairros de São Miguel e Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo. Com previsão de inauguração para maio de 2017, o local terá investimento inicial de R$ 240 milhões e será construído em uma área de 50 mil metros quadrados.

A empresa Enplanta é a responsável pelo shopping e segundo o presidente da companhia, Henrique Falzoni, novas instalações em regiões mais afastadas são a oportunidade para novos empreendimentos. "Nós tivemos a sorte de encontrar um terreno de uma ex-fábrica e constatarmos que a região possui um forte potencial de consumo", comentou.

Conforme Falzoni, o mall mais próximo fica a 15 quilômetros do local, por isso a expectativa é a de atender a um milhão de consumidores. "Embora existam cerca de dois milhões de habitantes não atendidos por um shopping."

O Shopping Estação Jardim terá 32 mil m² de ABL e 200 operações em funcionamento. Cerca de 40% delas já estão locadas. O empreendimento irá gerar mais de 2 mil empregos.

Nordeste

No Nordeste do País, vários empreendimentos também começaram a operar em áreas periféricas. O Arapiraca Garden Shopping, inaugurado no ano passado, reforça o conceito de que empresários seguem atentos a outras regiões do País. Localizado no interior de Alagoas, em Arapiraca, o empreendimento chamou a atenção da companhia Tenco, uma das empresas empreendedoras do espaço, que possui 30.500 m² de ABL.

De acordo com a empresa, o interior alagoano não tinha ainda um empreendimento desse porte e por isso surgiu a oportunidade para atender ao público que ainda não havia sido percebido pelos varejo ampliado. O centro de compras demandou investimento inicial de R$ 230 milhões.

Quem também percebe a manutenção de expansão de empreendimentos de vários portes e locais diferentes dos tradicionais no setor, apesar da economia estar desacelerada, é a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). A entidade prevê investimentos para a chegada dos mais de 26 centros de compras no País e em expansões cerca de R$ 16 bilhões, sendo que 48% concentrados na região Sudeste.

Fonte: DCI